Premiê tailandês resiste a protestos

Militares sugerem novas eleições em meio a distúrbios que deixaram pelo menos um morto

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Por AP E THE GUARDIAN
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O primeiro-ministro tailandês, Somchai Wongsawat, declarou ontem que não renunciará ao cargo, contrariando sugestão dada pelo chefe das Forças Armadas, Anupong Paochinda, que pediu que "o governo dê ao povo a chance de decidir seu futuro em novas eleições". Há meses, milhares de manifestantes pedem a renúncia de Wongsawat, acusado de corrupção e de governar sob influência de seu cunhado e antecessor no cargo, Thaksin Shinawatra, condenado a 2 anos de prisão por abuso de poder e atualmente foragido - ele estaria em Londres ou Dubai. Na terça-feira, todas as operações no aeroporto de Suvarnabhumi, na capital, Bangcoc, por onde passam 125 mil passageiros todos os dias, foram paralisadas depois que membros da opositora Aliança Pela Democracia (APD) ocuparam o local exigindo a renúncia incondicional de Wongsawat. MORTE NO INTERIOR Na cidade de Chiang Mai, no norte do país, partidários do primeiro-ministro mataram um opositor com tiros à queima-roupa. Nos arredores do aeroporto, foram registradas pequenas explosões de granadas que deixaram manifestantes feridos, mas nenhum morto. Wongsawat voltou ontem à Tailândia depois de participar de uma reunião de chefes de Estado da Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec), em Lima, no Peru. "Minha posição não é importante, mas os valores democráticos, sim", disse o premiê em pronunciamento à nação. O desembarque da comitiva presidencial teve de ser desviado para o norte do país para evitar a pressão dos manifestantes na capital. Em meio à intensificação dos protestos, cresceram ontem os rumores de que os militares poderiam acabar resolvendo a disputa. No entanto, o general Paochinda afastou essa possibilidade. "O governo continua tendo autoridade total", afirmou.

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