Presidente russo condena assassinato de ativista na Chechênia

Natalia Estemirova, que investigava abusos de milícias, foi morta na quarta-feira.

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Por BBC Brasil
Atualização:

O presidente russo Dmitry Medvedev expressou "revolta" nesta quinta-feira pela morte da ativista de direitos humanos Natalia Estemirova. Ele ordenou a abertura de um inquérito sobre o assassinato de Estemirova, que estava investigando supostos abusos de milícias apoiadas pelo governo na Chechênia. Estemirova foi sequestrada na quarta-feira em Grozny, capital da Chechênia. O seu corpo foi encontrado no mesmo dia na região vizinha da Ingushetia. Ela foi assassinada a tiros. A ativista, que tinha 50 anos, estava juntando provas para a organização russa de direitos humanos Memorial sobre uma campanha das milícias para incendiar casas de chechenos. Ela era uma notória crítica do governo checheno do presidente Ramzan Kadyrov, que é aliado de Moscou. Casa Branca O diretor da Memorial, Oleg Orlov, culpou as autoridades chechenas pelo assassinato de Etemirova, e disse que ela já havia sido ameaçada de morte no passado. O presidente checheno não comentou as declarações de Orlov, mas condenou o assassinato, dizendo que o autores do crime "não merecem apoio e precisam ser punidos como os criminosos mais cruéis", segundo informações da agência de notícias russa Interfax. Ele prometeu assumir pessoalmente o controle da investigação. Nos Estados Unidos, a Casa Branca divulgou uma nota na qual o governo americano se diz "profundamente perturbado e entristecido pelo [...] assassinato brutal". "Um crime tão hediondo passa uma mensagem para a sociedade civil russa e para a comunidade internacional e ilustra a trágica deterioração da segurança e da lei no norte do Cáucaso nos últimos meses", afirma a nota da Casa Branca. Estemirova trabalhou com a jornalista Anna Politkovskaya, assassinada em 2006, e com o ativista Stanislav Markelov, morto em janeiro deste ano. Em 2007, ela ganhou o primeiro Prêmio Anna Politkovskaya, e também foi premiada pelos parlamentos da Suécia e da Europa. O assassinato da ativista também foi condenado pelos grupos Human Rights Watch e Anistia Internacional. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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