EREVAN - O primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinian, anunciou nesta terça-feira, 16, a sua renúncia na televisão, uma decisão esperada, com o objetivo de convocar eleições legislativas antecipadas até o fim do ano.
"Meu querido e orgulhoso povo, hoje entreguei a minha renúncia", declarou Pashinian. "Garantirei a livre expressão da vontade do povo durante as eleições legislativas antecipadas", prometeu.
Nikol Pashinian chegou ao poder em maio, depois de ter realizado durante várias semanas manifestações maciças contra o governo, mas não controla o Parlamento, que tem como maioria o Partido Republicano, do ex-presidente Serzh Sarkisian.
Pashinian busca convocar eleições antecipadas para retomar o seu cargo, mas desta vez com o controle do Parlamento.
Após essa renúncia, o Parlamento tem duas semanas para escolher um novo primeiro-ministro, de acordo com a Constituição. Se esta fracassar duas vezes, o Parlamento é dissolvido e automaticamente são convocadas eleições antecipadas.
Até então, as próximas eleições legislativas ocorreriam em 2022.
Pashinian, ex-deputado opositor e ex-jornalista, conseguiu no início deste ano ganhar popularidade com base em sua luta contra a corrupção, um mal que a Transparência Internacional qualifica de "endêmico" neste país independente desde 1991.
A rebelião iniciada em meados de abril, que Pashinyan chamou de "revolução de veludo", foi pacífica: nenhuma violência manchou as manifestações que convocou.
A origem dessa crise política sem precedentes foi a escolha do ex-presidente Serzh Sarkisian como primeiro-ministro. O gesto, que provocou a fúria popular, fez com que os manifestantes o acusassem de querer se agarrar ao poder depois de fracassar em sua luta contra a corrupção e a pobreza, depois de uma década no poder na Armênia. / AFP