Uma Parada do Orgulho LGBT+ foi organizada neste domingo, 25, em Istambul, na Turquia, desafiando as proibições e a forte presença policial. Pelo menos 40 pessoas foram presas durante o evento, disseram os organizadores.
A Parada do Orgulho foi proibida pelo governo de Istambul nos últimos quatro anos, coincidindo com um endurecimento do discurso contra a minoria LGBT+ por parte do governo islâmico do presidente Recep Tayyip Erdogan. Autoridades de Istambul e várias outras províncias turcas proibiram todos os eventos LGBT+ planejados para a Semana do Orgulho, incluindo os desfiles. O acesso aos tradicionais locais dos desfiles LGBT+ em Istambul, como a rua Istiklal e a praça Taksim, foram fechados pela polícia, assim como as estações de metrô próximas.
Grupos LGBT+ anunciaram que se reuniriam às 15h (9h no horário de Brasília), mas não revelaram o local até o último momento. No fim, se concentraram em um parque no distrito de Nisantasi, onde expuseram uma enorme bandeira do arco-íris. No parque, os ativistas gritaram frases como “Vocês vão se acostumar conosco” e “Corra, Tayyip (Erdogan, presidente turco), corra. Os homossexuais estão chegando”.
A polícia chegou ao local e declarou a manifestação como ilegal. Os organizadores informaram que, pelo menos, 40 pessoas foram detidas em Istambul. A repressão contra o evento também foi relatada em outras províncias. “Nas proximidades de Cihangir Firuzağa, a polícia leva os lubunyas (gíria utilizada na Turquia para se referir à população LGBT+) tentando voltar para suas casas. Em Cihangir, soubemos que a polícia estará em alerta até 11/10. Sabemos que você não conseguiu descarregar sua raiva, mas não pode nos domar”, escreveram os organizadores da Parada de Istanbul no Twitter.
Os organizadores ainda denunciaram a violência policial no evento realizado paralelamente na cidade de Izmir: “A polícia deteve ilegalmente nossos amigos que se reuniram para a 11ª Parada do Orgulho LGBTI+ de Izmir e continuam sendo torturados em veículos sem ar. Vocês estão cometendo um crime contra a humanidade, liberte nossos amigos imediatamente!”. /EFE