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Rússia busca iniciar negociações com o Hamas neste mês

"É imprescindível iniciar o mais rápido possível as conversas com o Hamas", disse hoje o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov.

Por Agencia Estado
Atualização:

A Rússia expressou hoje sua decisão de realizar o mais rápido possível as negociações com o Hamas, e defendeu iniciá-las já neste mês e ao máximo nível, com a participação do líder político do movimento islâmico, Haled Mashal. "É imprescindível iniciar o mais rápido possível as conversas com o Hamas", disse hoje o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, em conversas telefônicas com a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e o alto representante para Política Externa da União Européia, Javier Solana. O Hamas, disse Lavrov, é uma "força influente da sociedade palestina". Tanto fontes palestinas como russas coincidem em que as datas concretas das negociações ainda não foram estipuladas, mas a diplomacia russa insiste em que a visita dos representantes do Hamas a Moscou aconteça ainda este mês. "É mais que possível" que a reunião aconteça este mês, disse hoje Alexandr Kaluguin, enviado russo para o Oriente Médio. O diplomata russo também disse que o Kremlin quer ver o líder político do Hamas, Haled Mashal, à frente da delegação do movimento Islâmico. Kaluguin disse que justamente Mashal foi quem liderou as delegações desse movimento, que recentemente viajaram para vários países árabes e é, portanto, quem também deverá negociar em Moscou. A diplomacia russa e representantes do Hamas coordenam agora "as datas da visita e o nível da delegação" que viajará à capital russa. O enviado do Kremlin disse que, para isso, não é preciso um convite especial, pois a declaração já feita na quinta-feira passada em Madri pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, "já pode ser considerada um convite oficial". Naquela ocasião, o presidente russo convidou os líderes do Hamas a visitarem Moscou, a fim de estudar uma solução para a crise após vitória do movimento nas eleições palestinas. Putin justificou o convite com o argumento de que seu Governo nunca viu o Hamas como um grupo terrorista, como consideram seus os outros países do Quarteto de Madri - EUA, ONU e União Européia (UE). As autoridades russas disseram que transmitirão ao Hamas as condições estipuladas pelo Quarteto sobre a necessidade de que o movimento islâmico renuncie à violência e reconheça Israel.

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