HAVANA - O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, chegou na tarde desta quarta-feira, 23, à capital de Cuba, Havana, para anunciar um acordo histórico com as Farc, buscando encerrar 50 anos de conflito na Colômbia.
Após três anos e 40 rodadas de negociação, Santos e o líder das Farc, Rodrigo Londoño, conhecido como "Timochenko", apertarão as mãos para revelar um acerto no ponto essencial da questão de justiça de transição, ou seja, a forma como os integrantes da guerrilha serão punidos e reintegrados à sociedade.
Ainda não há informação sobre se já será anunciada a conclusão total das negociações, mas a avaliação das autoridades colombianas e da própria guerrilha é de que, superado o ponto da justiça transicional - parte do quinto ponto da agenda de negociações, sobre as vítimas do conflito -, o caminho para a assinatura de um acordo de paz definitivo está assegurado.
A justiça transicional é um mecanismo que permite processar os responsáveis por delitos durante o conflito armado, sem cair na impunidade. Esse acordo estabelecerá um tribunal especial e penas que não seriam cumpridas com a prisão pelos guerrilheiros, mas em colônias agrícolas, além de sua participação em programas de remoção de minas e em comissões da verdade, antecipou a "Radio Caracol".
Segundo o governo colombiano, chegar a um acordo de justiça transicional é uma das melhores notícias que a Colômbia poderia receber no último meio século e uma das mais importantes da história do país. "A justiça é o miolo das negociações de paz e com um acordo neste tema, o sonho de construir um país em paz começa a se transformar em uma realidade", disse o governo colombiano.
Desde que os diálogos de paz começaram, em novembro de 2012, "Timochenko" esteve pelo menos duas vezes em Havana onde, com autorização de Santos, se reuniu com o chefe negociador do governo, Humberto de la Calle, confirmou em maio o próprio chefe de Estado colombiano.