Atirador de Munique era jovem alemão de origem iraniana, diz polícia

O total de mortes subiu para dez, incluindo a do suspeito, segundo a imprensa alemã 

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Por Redação
Atualização:

BERLIM - A polícia de Munique considera que o tiroteio desta sexta-feira, 22, em um centro comercial da cidade alemã foi cometido por um só criminoso e este se suicidou, informaram fontes de segurança locais no Twitter. O total de mortes subiu para dez, incluindo a do suposto atirador, segundo a imprensa alemã. Segundo a Polícia de Munique, o atirador era um adolescente alemão de 18 anos de origem iraniana. As razões do ataque ainda não estão claras. Mais cedo, a polícia havia dito que homens armados atacaram um shopping center movimentado de Munique, em uma ação que a polícia afirmou ser um ataque terrorista e espalhou o pânico na cidade alemã. A polícia informou que havia um número indeterminado de feridos. 

Policiais cercam shopping em Munique onde disparos foram registrados Foto: Matthias Balk/dpa via AP

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A cidade foi colocada sob estado de emergência, e a polícia procurou por suspeitos. O jornal de Munique TZ havia dito mais cedo que um dos atiradores estava morto. Segundo a revista alemã Focus, um suspeito atirou na própria cabeça. 

 O gabinete de emergência do governo da Alemanha se reunirá neste sábado na Chancelaria, confirmaram à agência EFE fontes do Executivo. "Não vamos permitir que os terroristas alcancem seu objetivo, que é provocar a intranquilidade da população", declarou o ministro da Chancelaria, Peter Altmaier, em sua conta no Twitter.

O ataque a tiros ocorreu em um restaurante da rede de fast food McDonald's e em um centro comercial na cidade de Munique. 

"Estamos avisando os moradores de Munique que atiradores estão foragidos e são perigosos. Pedimos que todos fiquem dentro de suas casas", disse a porta-voz, explicando que a polícia trabalhava com a hipótese de que três pessoas foram responsáveis pelo ataque.

Com forças especiais pela cidade, algumas pessoas permaneceram escondidas no shopping center Olympia, que a polícia esvaziou. "Muitos tiros foram disparados, não posso dizer quantos, mas foi bastante", disse um funcionário de loja escondido dentro do shopping.

Vários agentes circularam pela região do centro comercial Olympia e helicópteros sobrevoaram a região. De acordo com o jornal Süddetusche Zeitung , o trânsito na região do centro comercial foi bloqueado. A rádio pública B5 informou que todo o sistema público de transporte da cidade foi desativado, enquanto a polícia procurava pelos suspeitos.

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Momentos depois do ataque, a polícia de Munique afirmou em sua conta no Twitter que a situação "era confusa" e pediu que a população evitasse a área próxima ao shopping. As autoridades suspeitam que episódio seja um atentado terrorista, mas não "havia nenhum indicativo" de que se trate de um ataque de extremistas islâmicos.

Um porta-voz da polícia disse que a ação começou em um restaurante do McDonald's por volta das 18h locais (13h em Brasília). "Muitos tiros foram disparados. Não posso dizer quantos, mas foram muitos", afirmou por telefone à agência Reuters um funcionário do shopping que permanece escondido no interior do centro comercial.

"Todas as pessoas que estavam do lado de fora vieram correndo para o interior da loja. Eu só vi uma pessoa caída no chão, mas ela estava tão ferida que não tem como ter sobrevivido", completou a fonte. 

A polícia de Munique informou em sua conta no Facebook que algumas testemunhas alegaram ter visto três pessoas com fuzis no local. Os agentes pediram que as pessoas permaneçam em suas casas ou procurem um local seguro para ficar se estiverem nas ruas.

Veja: Cinegrafista amador captura o que seria o início do ataque em Munique (ATENÇÃO! Imagens fortes):

Polícia da Alemanha cerca área de shopping em Munique após registro de disparos Foto: AP Photo/APTV

Um oficial não quis comentar o ocorrido: "Estamos enfrentando um problema". A polícia de Munique pediu para as pessoas não divulguem fotos ou vídeos da ação dos agentes "para evitar que qualquer informação útil chegue aos suspeitos".

Imagens de televisão mostram dezenas de veículos de emergência chegando ao shopping, localizado próximo ao Estádio Olímpico de Munique. 

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Reações. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se manifestou nesta tarde sobre o ataque e declarou seu apoio ao alemães. "Não sabemos exatamente o que está acontecendo lá, mas obviamente nossos corações estão com aqueles que possam ter sido feridos. Daremos todo o apoio que eles precisarem."

A ação acontece na mesma semana em que um garoto de 17 anos atacou passageiros em um trem na Alemanha com um machado, deixando quatro feridos. O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria do ataque. O jovem foi morto pela polícia.

Apoiadores do EI celebraram o suposto ataque nas redes sociais. "Obrigado Deus. Que Deus possa trazer prosperidade para o nosso homem do Estado Islâmico", dizia um tuíte escrito em árabe em uma conta favorável ao movimento extremista. "O Estado Islâmico está expandindo na Europa", afirmava outra publicação. Apesar das comemorações, o grupo ainda não assumiu oficialmente a autoria da ação.

O Facebook ativou na tarde desta sexta-feira o "Check-in de Segurança" para as pessoas que estão Munique marcarem que estão seguras - quando uma pessoa se define como "em segurança" seus amigos e parentes recebem uma notificação na rede social. O Check-in de Segurança foi utilizado pela primeira nos ataques de Paris, em novembro. Depois disso, a ferramenta já foi ativada por diversas vezes em situações semelhantes.

No Twitter, a hashtag #offenetuer (portas abertas) está sendo muito utilizada pelos usuários para estimular as pessoas a abrirem as portas de suas casas para quem está nas ruas a procura de abrigo. / EFE, REUTERS, AFP e AP

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