Do que falam os pré-candidatos republicanos à presidência dos EUA? Eles fazem várias referências a Deus, enquanto a economia foi mencionada apenas dez vezes no debate anterior ao de quarta-feira. Os republicanos votaram dezenas de vezes para rejeitar o Obamacare, mas os candidatos só mencionaram o programa que é ícone do presidente nove vezes no último encontro. E a questão da energia, tema outrora favorito dos conservadores, só veio à tona quatro vezes. Curioso, não é? A premissa de todos os republicanos é que o governo de Barack Obama tem sido um período de desastres em todas as frentes. Mas não tiveram nada para falar a respeito de tais desastres. Na realidade, nenhuma das catástrofes previstas por seu partido ocorreu. Obama continua deixando de decepcionar. E este é um grave problema para os republicanos - maior do que Donald Trump. Se perguntarmos a um republicano em que sentido o Obamacare foi um desastre, ele se limitará a citar episódios não comprovados de aumento de impostos e queda da qualidade do serviço. No entanto, os que agora estão cobertos pelo seguro, em geral, estão felizes com a cobertura. Quanto à economia, muito pouco foi discutido, embora Jeb Bush ainda se gabe de seus feitos na Flórida - ou seja, sua experiência com uma gigantesca bolha imobiliária e sua saída providencial antes de ela explodir. Por que os outros candidatos não falaram mais? Provavelmente, porque hoje a economia americana não está tão mal. Um último ponto: tradicionalmente, os republicanos adoram falar que o empecilho ao futuro da energia dos EUA são os liberais com seu ambientalismo e sua guerra ao carvão, mas a produção nacional de petróleo subiu e as importações do produto despencaram no governo Obama.* É prêmio Nobel de Economia