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Tanques de Israel cercam a metade leste de Rafah; mais de 100 mil palestinos deixam a cidade

De acordo com civis palestinos na área, explosões e tiros foram constantes nesta sexta-feira, 10, nas regiões leste e nordeste da cidade

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Por Redação
Atualização:

As Forças de Defesa de Israel (FDI) iniciaram uma operação militar mais abrangente na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, e tomaram a estrada principal da cidade, dividindo as regiões do município. O lado leste de Rafah está cercado por tanques israelenses, segundo a Reuters.

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De acordo com civis palestinos na área, explosões e tiros foram constantes nesta sexta-feira, 10, nas regiões leste e nordeste da cidade, com combates entre as tropas israelenses e terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica.

Segundo o grupo terrorista Hamas, tanques israelenses foram emboscados perto de uma mesquita no leste da cidade, sinalizando que as forças de Tel-Aviv haviam conseguido avançar vários quilômetros ao leste de Rafah.

Palestinos montam tendas na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, após saírem do norte e do centro do enclave palestino por conta da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas  Foto: Mahmud Hams/AFP

Tel-Aviv aponta que uma operação militar em Rafah é necessária porque os últimos batalhões operantes do grupo terrorista Hamas estão na cidade. Organizações de ajuda humanitária temem uma situação ainda pior para os civis palestinos. Mais de 1 milhão de civis tiveram que se deslocar para Rafah por conta da guerra em outras regiões do enclave palestino.

As forças israelenses afirmaram que localizaram diversos túneis do grupo terrorista Hamas no leste da cidade e soldados do Exército enfrentaram terroristas do Hamas nas ruas de Rafah. Tel-Aviv também afirmou que realizou bombardeios aéreos em áreas usadas pelo Hamas para lançar foguetes contra o território israelense, incluindo a passagem de fronteira de Kerem Shalom.

Tanques israelenses se preparam para entrar na Faixa de Gaza  Foto: Ahmad Gharabli/AFP

Deslocados

De acordo com organizações internacionais, 110 mil pessoas fugiram de Rafah, em meio a operação israelense na cidade. O Exército de Israel emitiu na segunda-feira, 6, uma ordem de deslocamento para a zona leste de Rafah, o que gerou preocupação na comunidade internacional, que teme uma ofensiva nesta localidade do sul da Faixa de Gaza.

O diretor do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) para Gaza, Georgios Petropoulos, afirmou que a situação no território palestino atingiu um nível de “emergência sem precedentes”.

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“A ordem de deslocamento do governo de Israel devido à operação militar de Rafah obrigou mais de 110.000 pessoas a seguir para o norte”, declarou.

“Quase 30 mil pessoas fogem da cidade a cada dia”, afirmou Petropoulos. Ele explicou que “a maioria destas pessoas teve que se deslocar cinco ou seis vezes” desde o início da guerra.

Operações em Rafah

Na terça-feira, 7, Israel iniciou uma pequena operação em Rafah e passou a controlar a parte palestina do posto de fronteira com o Egito. A perspectiva de uma operação maior na cidade criou atritos entre Israel e Estados Unidos, principal aliado de Tel-Aviv. Washington bloqueou o envio de bombas para Israel que poderiam ser usadas em Rafah. Este foi o primeiro bloqueio militar americano para Israel desde o início da guerra.

Tanques israelenses passam pelo posto de fronteira de Rafah, no dia 7 de maio  Foto: Fayez Nureldine/AFP

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O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou que Israel pode lutar sem ajuda contra o grupo terrorista Hamas. Netanyahu apontou que espera resolver as discordâncias com o governo Biden.

A guerra na Faixa de Gaza começou no dia 7 de outubro do ano passado, quando terroristas do Hamas invadiram o sul de Israel, mataram 1,200 pessoas e sequestraram 240, no maior ataque terrorista da história do país e o maior ataque contra judeus desde o Holocausto. Tel-Aviv respondeu com uma ofensiva no enclave palestino, que contou com bombardeios aéreos e invasão terrestre e deixou mais de 34 mil mortos, segundo o ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas./com AFP

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