WASHINGTON - O presidente Donald Trump apresenta nesta quarta-feira seu plano de reforma fiscal, que ele quer que seja um dos pontos fortes do início de seu mandato. O plano inclui ideias como simplificar as declarações ou reduzir impostos sem prejudicar o crescimento dos EUA.
Trump assegurou na semana passada que seu projeto de reforma talvez ofereça "a maior redução de impostos jamais vista". Mas ir além das meras reduções de impostos e reformar o conjunto do Código Fiscal, algo que não se faz desde 1986, promete ser uma tarefa complexa.
Muitos de seus antecessores na presidência dos EUA não se atreveram a lidar com esse desafio, em meio ao temor dos republicanos de aumentar o déficit e os delicados compromissos que devem ser contemplados nas inumeráveis deduções fiscais.
No que se refere ao imposto de renda, que é de longe a principal fonte do orçamento do Estado, o plano fiscal busca "reduziros impostos para a classe média", afirmou em várias ocasiões o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, sem dar detalhes sobre a amplitude dessa redução.
Uma ideia de campanha era que se reduzisse a taxa impositiva máxima à renda, de 39,6%, mas Mnuchin apenas prometeu que as eventuais reduções de impostos para os mais ricos seriam compensadas com a eliminação das deduções.
Entre essas mudanças deve estar um crédito de impostos promovido pela filha do presidente, Ivanka Trump, sobre os gastos com o cuidado das crianças. Para compensar a inevitável perda de ingressos para o Estado após as reduções de impostos, o governo Trump examina de perto as deduções fiscais que poderia eliminar, um processo muito delicado.
Com relação às empresas, Trump quer reduzir o imposto de sociedades dos atuais 35% para 15%. Os congressistas republicanos, preocupados em não aumentar a dívida e os déficits, preferem uma taxa de 20%.
Considera-se que a retirada de um ponto porcentual do imposto empresarial equivale a uma redução de US$ 100 bilhões na receita do Estado em dez anos. Ao mesmo tempo, o governo Trump assegura que ao baixar a taxa impositiva das empresas criará mais empregos e atrairá novamente as empresas ao território americano.
"Queremos fazer com que os bilhões de dólares voltem ao território americano", disse Mnuchin recentemente, dirigindo-se às multinacionais que estabeleceram suas sedes no exterior para se beneficiar de condições fiscais mais vantajosas.
Mas nem todos os economistas são otimistas com relação à "neutralidade" desses cortes de impostos, apesar do crescimento gerado. Trump espera quase que duplicar o crescimento, levando-o a 3% em vez do 1,6% previsto para 2017. / AFP