O presidente americano Donald Trump se reúne na Casa Branca com vítimas de ataques a tiros em escolas americanas Foto: AFP PHOTO / Mandel NGAN
“Estamos aqui porque minha filha não tem mais voz – ela foi assassinada na semana passada, alvejada nove vezes”, disse Andrew Pollack, pai de Meadow Pollack, de 18 anos, uma das 17 pessoas mortas na Marjory Stoneman Douglas. “Quantas escolas, quantos filhos têm de ser baleados? Isso tem de parar aqui.”
Por quase uma hora e meia, Trump escutou relatos e opiniões, como a de Andrew Pollack, de parentes e vítimas da escola de Parkland e também de vítimas do ataque de Columbine, que deixou 13 mortos em 1999, e o de Sandy Hook, onde 26 crianças e adultos foram assassinados em 2012.
“Eu estava no segundo andar do prédio, mandando mensagens para meu irmão de 14 anos, que estava bem acima de mim”, afirmou Samuel Zeif , de 18 anos, de Parkland. “Perdi meu treinador, perdi meu melhor amigo. Ninguém deveria se sentir assim. É preciso acabar com essa loucura e restringir a venda de armas.”
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Apesar de se mostrar emocionado em alguns momentos, ao fim da reunião, Trump evitou falar sobre o endurecimento de leis para venda de armas nos EUA. “Vamos aprender com vocês tudo o que podemos aprender. Vocês passaram por uma dor extraordinária e não queremos que outros passem pelo mesmo processo”, disse.
Em seguida, Trump defendeu a ideia de armar professores e funcionários para revidar a possíveis ataques. “Não pode existir uma área livre de armas, porque, para um louco, isso é um convite para o ataque. Se você tiver 20% dos seus professores portando armas, ou ex-fuzileiros ou profissionais treinados, trazidos de volta à ativa para trabalhar nessas escolas, o cenário seria muito diferente.”
Trump sugeriu que ensinar os educadores a andar armados nas escolas poderia conter um atirador logo no começo de um ataque, evitando muitas mortes. “Os professores teriam uma arma escondida, teriam treinamento especial e estariam lá. E não haveria mais uma zona livre de armas.”
“Há muitas coisas que vamos fazer: vamos fortalecer a checagem de antecedentes, trabalhar com firmeza a questão da saúde mental, mas temos de fortalecer a segurança nas escolas”, disse Trump.
Manifestações. Nos últimos dias, o movimento de estudantes que pedem restrições à venda de armas ganhou força política, com apoio do campo liberal e críticos entre os conservadores. Na quarta-feira, 21, centenas de alunos protestaram pedindo leis mais duras para a venda de armamentos na Flórida, Arizona, Minnesota, Colorado e Illinois. Em Washington, centenas marcharam, gritando palavras de ordem em favor do controle no comércio de armas. / AFP, AP, NYT e W.POST
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Ataque em escola na Flórida mata 17
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Ataque em escola na Flórida mata 17
O jovem Nikolas Cruz, de 19 anos, matou 17 pessoas em uma escola na Flórida na quarta-feira 14. Ele estudou no local e, segundo testemunhas, era descr... Foto: AP Photo/Joel AuerbachMais
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O xerife Scott Israel, do Condado de Broward, responsável pela região, afirmou que o suspeito usou um rifle AR-15 contra os estudantes Foto: Mark Wilson/Getty Images/AFP
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Segundo relatos, Cruz usava máscara de gás, um chapéu preto e calça e blusa marrons no momento do ataque Foto: AFP PHOTO / Michele Eve Sandberg
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Ele seria integrante de grupos pró-armas nas redes sociais e teria participado de debates na internet sobre fabricação de bombas Foto: AFP PHOTO / Michele Eve Sandberg
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O atirador chegou ao colégio Marjory Stoneman Douglas no horário de saída dos alunos. Antes de atacar, ele disparou o alarme de incêndio, justamente p... Foto: Saul Martinez/The New York TimesMais
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Ele foi preso sem apresentar resistência na cidade vizinha de Coral Springs, cerca de uma hora após deixar a escola Foto: John McCall/South Florida Sun-Sentinel via AP
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Nikolas Cruz foi acusado formalmente de 17 homicídios premeditados. Um promotor público do Estado apresentou as acusações no dia seguinte ao ataque Foto: Mike Stocker-South Florida Sun-Sentinel via AP
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Segundo autoridades, o agressor comprou a arma usada no massacre legalmente. Era conhecido como um jovem amante das armas que havia sido expulso do co... Foto: ReutersMais
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Nikolas Cruz tinha problemas familiares e perdeu a mãe adotiva recentemente, antes de se mudar para a casa de amigos, onde apresentava um comportament... Foto: ReutersMais
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Cruz e seu irmão biológico, Zachary, são filhos adotivos. Seus pais os adotaram depois de terem se mudado de Nova York para a Flórida, nos anos 1990 Foto: Michele Eve Sandberg/AFP
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Cruz chegou a receber tratamento psicológico por um tempo, mas desistiu das sessões há mais de um ano, segundo o prefeito do Condado de Broward, Beam ... Foto: Cristóbal Herrera/EFEMais
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A família está cooperando com as investigações e não é suspeita de colaborar com o ataque, segundo o relato do advogado que a representa Foto: Mike Stocker/South Florida Sun-Sentinel via AP
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O presidente dos EUA, Donald Trump, atribuiu o ataque a um distúrbio mental e à falta de vigilância Foto: AFP PHOTO / Michele Eve Sandberg
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Trump não mencionou em momento algum a questão do controle sobre a venda de armas de fogo Foto: Reuters
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Nascido em setembro de 1998, Cruz (centro) havia publicado nas redes sociais mensagens "muito alarmantes", indicou o xerife Scott Israel Foto: AFP PHOTO / AFP TV / Miguel GUTTIEREZ
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Um dia antes do ataque, o jovem (foto) postou um vídeo em uma rede social afirmando que "coisas ruins vão acontecer amanhã" (quarta-feira) Foto: Broward County Sheriff/Handout via REUTERS
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Um estudante entrevistado pela emissora local WSVN-7 explicou que o jovem era "um menino com problemas" que possuía armas em casa e falava em usá-las.... Foto: Instagram via APMais
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Outro estudante entrevistado pela emissora WJXT afirmou que era previsível que Cruz cometesse um ataque.A foto foi postada pelo agressorem sua conta n... Foto: Instagram via APMais