Nas primeiras horas desta segunda-feira, 29, a Rússia lançou uma nova onda de ataques a Kiev, utilizando drones e mísseis de cruzeiro. Segundo o chefe da administração militar de Kiev, Serhii Popko, mais de 40 mísseis foram derrubados pela Ucrânia, marcando o 15º ataque noturno à capital apenas no mês de maio.
Segundo o comandante-chefe do exército ucraniano, Valeri Zaluzhni, os ocupantes russos atacaram instalações militares e infraestruturas essenciais, lançando cerca de 40 mísseis de cruzeiro e aproximadamente 35 drones do norte e do sul. Os destroços caíram e romperam o telhado de um prédio residencial no distrito de Podlisk, mas ainda não há relatos de vítimas.
Especialistas e autoridades ucranianas afirmam que essa série cada vez mais frequente de ataques faz parte de uma nova campanha aérea russa para enfraquecer as capacidades de contra-ofensiva da Ucrânia. Observadores apontam que o aumento dos ataques se deu após a Ucrânia anunciar, em 19 de abril, a aquisição de mísseis Patriot fabricados pelos Estados Unidos. A intensidade renovada dos ataques parece ter como objetivo dominar e atingir esses novos sistemas.
Um ataque ocorrido em 16 de maio causou danos considerados “menores” a um sistema de defesa aérea Patriot próximo a Kiev, segundo autoridades dos EUA, que ressaltaram que o sistema ainda estava operacional.
Essa nova série de ataques aéreos também acontece após uma escalada anterior, quando infraestruturas críticas, incluindo usinas elétricas e instalações de logística militar, foram alvo dos ataques russos. As forças ucranianas têm se mostrado mais eficazes em derrubar mísseis russos em comparação com o início do ano, sendo que muitos creditam isso aos sistemas de defesa fornecidos pelos Estados Unidos.
No entanto, apesar dos sistemas de defesa, os civis não estão totalmente protegidos de todos os perigos. Os destroços dos mísseis russos destruídos caíram sobre áreas residenciais, provocando incêndios e feridos.
Para os habitantes da cidade, o som do alarme de ataque aéreo é acompanhado pelo constante toque das notificações no aplicativo Telegram, o qual é amplamente utilizado na Ucrânia para compartilhar atualizações sobre os ataques aéreos. A cada nova atualização, como “Outro ataque vindo do leste” ou “Mais lançamentos do mar! Proteja-se!”, as pessoas reagem com emojis expressando frustração. / AP e AFP.