SEUL - Em um novo episódio de tensão na Península Coreana, militares da Coréia do Sul dispararam tiros de advertência após a breve entrada de soldados da Coréia do Norte na Zona Desmilitarizada (DMZ) entre os dois países. O incidente ocorreu no domingo, dia 9 de junho, conforme comunicado pelo Estado-Maior Conjunto de Seul nesta terça-feira, 11.
“Alguns soldados norte-coreanos que trabalham na DMZ cruzaram brevemente a linha de demarcação militar. Após nossos militares transmitirem mensagens e fazerem disparos de advertência, eles recuaram para o norte”, disse o porta-voz do Estado-Maior Conjunto.
Os militares da Coreia do Sul avaliaram que os soldados norte-coreanos não parecem ter cruzado intencionalmente a fronteira porque o local é uma área arborizada e as linhas de fronteira não eram claramente visíveis. “Além da retirada imediata dos soldados norte-coreanos após nossos disparos de advertência, não foi observado nenhum movimento incomum”, completou a nota oficial.
Relatos da mídia sul-coreana disseram que cerca de 20 a 30 soldados norte-coreanos entraram em território sul-coreano cerca de 50 metros depois de provavelmente se perderem. Maioria dos soldados norte-coreanos carregava picaretas e outras ferramentas de construção.
A Zona Desmilitarizada, de 248 km de comprimento e 4 km de largura, é a fronteira mais armada do mundo. Estima-se que 2 milhões de minas estejam espalhadas dentro e perto da região, que também é protegida por cercas de arame farpado, armadilhas para tanques e tropas de combate de ambos os lados. Medida é um resquício da Guerra da Coreia (1950-53), que terminou com um armistício ao invés de um tratado de paz.
As relações entre as Coreias atingiram um dos momentos mais críticos em anos. Recentemente, a Coreia do Norte lançou centenas de balões carregados com lixo, como bitucas de cigarro e papel higiênico, em direção ao Sul, em retaliação a balões enviados por ativistas sul-coreanos contendo propaganda contra o regime de Pyongyang.
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Em resposta, o governo sul-coreano suspendeu um acordo militar de 2018, que havia sido estabelecido para reduzir as tensões, e retomou as transmissões de propaganda por alto-falantes ao longo da fronteira. A Coreia do Norte acusou Seul de criar “uma nova crise”. /AP e AFP.
