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Villepin chega a Beirute para mostrar solidariedade ao Líbano

Segundo o primeiro-ministro, a prioridade é um cessar-fogo e a busca por um mecanismo que seja aceitável para todas as partes

Por Agencia Estado
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O primeiro-ministro francês Dominique de Villepin disse nesta segunda-feira que seu país propôs uma missão de monitoramento para ajudar o governo libanês a difundir sua autoridade por todo seu território, incluindo o sul - região dominada pelo Hezbollah. Villepin disse também que o derramamento de sangue no Líbano só cessará depois de haver a libertação dos dois soldados israelenses capturados pelo Hezbollah e o fim dos ataques israelenses e da milícia libanesa. Porém, ele acrescentou em uma coletiva de imprensa com o primeiro ministro libanês, Fuad Saniora, que "a prioridade é um cessar-fogo e a busca por um mecanismo que seja aceitável para todos os partidos". O governo libanês, porém, é muito fraco para enfrentar o Hezbollah e teme que um ato contra a guerrilha possa criar uma guerra civil no país. Israel, Estados Unidos e as Nações Unidas exigiram que o Líbano tome o controle de sua fronteira enviando o Exército nacional para controlar os guerrilheiros do Hezbollah e evitar a infiltração de foguetes no norte de Israel. Villepin afirmou que um time de observadores internacionais devem ser colocados em toda a fronteira para mediar qualquer negociação. "A França propôs enviar uma missão de monitoramento que pode auxiliar o governo libanês a expandir sua autoridade sobre (seu território) e fornecer garantias", disse o primeiro ministro francês. "A independência, a soberania e a liberdade do Líbano é, para nós, uma absoluta prioridade e eles devem ser totalmente respeitados." Ele acrescentou que Israel, em seu direito de se defender, deve mostrar moderação, levando em conta "as conseqüências humanas e estratégicas de suas ações". Ao mesmo tempo, ele denunciou o seqüestro dos dois soldados. "Hoje, devemos agir urgentemente pelo bem do Líbano e pelo bem da estabilidade de toda a região." Villepin disse ainda que "violência (...) não é a solução. Somente um acordo político nos permitirá sair da atual situação". O primeiro-ministro e o ministro do exterior francês, Philippe Douste-Blazy, foram até Beirute como forma de prestar solidariedade ao governo libanês. Eles são os visitantes estrangeiros mais graduados que visitaram o país desde que a crise começou, na semana passada. A missão coincidiu com o lançamento de esforços diplomáticos da ONU e da União Européia para acabar com a crise. Israel isolou o Líbano ao atacar e destruir o aeroporto internacional e as estradas libanesas que levavam para a Síria e ao bloquear os portos marítimos. A França enviou nesta segunda-feira um navio ao local para evacuar alguns dos 20 mil cidadãos franceses e outros estrangeiros do Líbano. O ministro da defesa afirmou que enviará 800 militares, um navio de transporte, uma fragata, aviões de transporte e helicópteros para a região com o intuito de manter seguras as evacuações. EUA O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, indicou a possibilidade de a secretária de Estado, Condoleezza Rice, ir ao Oriente Médio para intervir na crise entre Israel e Líbano.

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