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Mesmo flexível, 2.0 é versão de nicho

Cresce a oferta da tecnologia em motores ?grandes?, mas nem sempre a potência maior compensa o alto consumo

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Nos últimos meses, os motores 2.0, que eram só a gasolina, vêm se tornando bicombustíveis. O do Ford EcoSport é o exemplo mais recente. Com os mesmos itens de série da versão 1.6 flexível, a novidade chega às concessionárias com preço sugerido de R$ 58.900, apenas R$ 1 mil mais caro que a mesma versão com propulsor "menor". A diferença de preço é pequena, pois o motor 2.0 tem 34 cv a mais que o 1.6. Mas nem sempre é assim. Aliás, o Ford é uma exceção. No caso do VW Polo Sedan, por exemplo, o recém-lançado 2.0 flexível custa R$ 56.490 (só há versão Comfortline). São R$ 11.190 a mais que o valor inicial do 1.6 Total Flex (de entrada na linha), que rende até 104 cavalos, só 16 cv a menos que 2.0. Nesse caso, há uma conhecida estratégia de marketing das fabricantes: o modelo 2.0 traz mais equipamentos que os oferecidos na versão 1.6. Segundo especialistas em mercado, as versões de 2 litros atendem a nichos e a introdução da tecnologia flexível pouco muda esse cenário. Eles custam mais e, em geral, têm consumo bem maior. "Isso é um fator muito importante para o cliente que está pensando em mudar do 1.4 para o 1.6, por exemplo", diz o consultor da Fábrica de Sonhos, André Belchior Torres. Por isso, mesmo no caso do EcoSport 2.0, que tem preço atraente, o consumidor precisa ficar atento se vale a pena gastar mais com combustível. "Os clientes que já têm carros de maior valor agregado farão um bom negócio. A questão do consumo não é prioritária", afirma Torres. "E o desempenho do 2.0 é um grande atrativo." Paulo Cardamone, consultor da CSM World Wide, é categórico: "O fato de o 2.0 ser flexível é apenas mais um atrativo, mas não o deixará menos beberrão. Ele consumirá muito álcool." Segundo o especialista, a grande diferença de preços entre as versões tem várias explicações. "Os tributos que incidem sobre os 1.6 e 2.0 são iguais. Porém, o custo para fazer o motor de 2 litros certamente é maior que para o 1.6. A fim de tentar amortizar isso, é comum as fábricas agregarem equipamentos nesses modelos. "Na comparação do 2.0 com o 2.4, como no Vectra, fica evidente que a diferença no preço refere-se a impostos."

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