A Research in Motion provavelmente vendeu mais aparelhos BlackBerry no trimestre passado do que a Apple vendeu iPhones, favorecida pelo forte desempenho do novo smartphone Torch.
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O Torch, com tela de toque e teclado QWERTY deslizável, possui navegador mais avançado e sistema operacional reformulado. O aparelho começou a ser distribuído para dezenas de operadoras de telefonia móvel depois do lançamento pela AT&T, nos Estados Unidos, em agosto, e uma promoção que, desde novembro, oferece o modelo com desconto de 50% provavelmente ajudou as vendas.
Mas a popularidade do mercado de celulares inteligentes faz com que a RIM enfrente uma onda de críticas, apesar de sua posição dominante no segmento de comunicação empresarial móvel. A empresa está sendo questionada sobre o fato dos bancos considerarem permitir que seus funcionários utilizem aparelhos de outras marcas.
Nos três meses até 27 de novembro, o grupo canadense vendeu cerca de 14,1 milhões de aparelhos BlackBerry, em linha com sua projeção bastante otimista, de acordo com 23 analistas consultados pela Reuters.
O volume equivale ao número de iPhones embarcados pela Apple no trimestre encerrado em 25 de setembro — número que Steve Jobs, presidente da empresa, usou para afirmar que a Apple havia deixado a RIM claramente para trás.
Analistas projetam que o lucro por ação da RIM seja de 1,64 dólar no terceiro trimestre fiscal, segundo dados da Reuters. A receita é estimada em 5,4 bilhões de dólares, com a margem bruta caindo a 42 por cento, também dentro das projeções da empresa.
A RIM estimou lucro de entre US$ 1,62 e US$ 1,70 por ação e receita de entre US$ 5,3 bilhões e US$ 5,55 bilhões.
“A maior preocupação é que estejam apenas vendendo aparelhos novos à sua base já existente de usuários,” disse Colin Gillis, da BGC Partners.
Esse temor será exacerbado caso a RIM não tenha ampliado o número líquido de assinantes, indicador que é único da fabricante do BlackBerry.
A empresa informou que não anunciará o número de novos assinantes — ou seja, o crescimento líquido no número de usuários que utilizam seus servidores — ou o preço médio de venda de seus aparelhos, quando divulgar os resultados na quinta-feira, 16.
/ Alastair Sharp (REUTERS)