A polícia da pequena cidade de Bentoville, em Arkansas, nos Estados Unidos, fez um pedido inusitado: solicitou que a Amazon compartilhe os dados de um dispositivo Echo para uma investigação de assassinato.A ideia da polícia é que o aparelho, que serve como caixa de som e assistente pessoal, possa fornecer detalhes sobre a noite do crime, ocorrido em 2015 e ainda em fase de investigação.
O suspeito — e dono do aparelho Amazon Echo — é James Andrew Bates, um americano que conta com dezenas de aparelhosconectados em sua residência no Arkansas. No noite do crime, que vitimou o jovem Victor Collins, Bates estava com todos os aparelhos ligados e o Echo sintonizado em um serviço de streaming de músicas.
Até o momento, a polícia conta com poucas informações, já que Collins foi encontrado morto em uma banheira e ninguém deu pistas sobre o crime. Bates, em sua defesa, alega que Collins bebeu muito e foi tomar banho, se afogando acidentalmente. A polícia de Bentoville, porém, refuta a versão. E o Amazon Echo, nesta situação, pode causar uma reviravolta no caso.
Por estar ligado, é muito provável que o dispositivo tenha gravado os sons ambientes, já que ele permanece com o microfone ligado o tempo todo. Caso tenham acesso aos dados do aparelho, a polícia espera que consigacompreender melhor o queaconteceu na noite do crime. A Amazon afirmou ao site de tecnologia Engadget que não irá fornecer os dados pedidos pela polícia e informou que continuará negando os pedidos até que haja uma determinação legal.
O Amazon Echo de Bates, no entanto, já foi apreendido pela polícia da cidade americana. O caso deverá ir à julgamento apenas em 2017.
Registro. O Amazon Echo é uma caixa de som que conta com a inteligência artificial Alexa. Com isso, a pessoa pode controlar as luzes de suas casas, abrir portas ou pedir um Uber apenas falando com o dispositivo. No último mês, a Amazon bateu recorde de vendas com o Echo, fazendo com que a plataforma de comércio eletrônico batesse recordes de venda.
O caso de Bentoville é o primeiro a ser registrado no qual se usa um dispositivo de internet das coisas em um caso criminal. Com isso, deve-se ampliar a discussão sobre segurança e registro de atividades deste tipo de aparelho.