O presidente executivo e do conselho da emissora norte-americana CBS, Les Moonves, renunciou aos seus cargos nesta segunda-feira, 10. Moonves deixa os postos após uma sequência de acusações de assédio sexual, publicadas por reportagens da revista New Yorker, feitas por pelo menos uma dúzia de mulheres. As denúncias abrangem o período entre as décadas de 1980 e o início dos anos 2000 – em resposta à revista, Moonves disse que reconhecia três dos relacionamentos, mas que todos foram consensuais.
A CBS informou nesta segunda-feira, 10, que pagará US$ 120 milhões ao ex-presidente-executivo, Leslie Moonves, se uma investigação interna sobre alegações de assédio não fornecer justificativas para a sua demissão. Moonves, que transformou a CBS de envelhecida emissora de rádio e TV numa bem sucedida provedora de shows para plataformas digitais, deve obter cerca de US$ 100 milhões em indenizações.
A CBS informou em documento regulatório que doaria em conjunto com Moonves mais US$ 20 milhões a organizações apoiando o movimento #MeToo. A CBS informou que leva muito a sério essas alegações.
Moonves reconheceu três dos encontros mais recentemente descritos, mas disse que foram consensuais, em comunicado à revista New Yorker. Mais tarde, ao anunciar sua renúncia, ele disse: “Alegações falsas de décadas atrás agora estão sendo feiitas contra mim que não são consistentes com quem sou.”
Ele não respondeu a pedidos de comentários nesta segunda. A CBS informou no comunicado que o montante de US$ 120 milhões em indenização seria depositado dentro de 30 dias e que Moonves pode terminar com nada se o resultado da investigação vier contra ele.
O conselho decidirá o curso de ação a ser tomado antes de 31 de janeiro e a decisão será sujeita a arbitragem vinculante.
Separadamente, a CBS e o acionista controlador National Amusements (NAI) também encerrarão um litígio sobre o controle da companhia, colocando fim a uma das maiores disputas entre grandes empresas de mídia na América.
Moonves se opôs aos esforços da NAI, que é de propriedade de Shari Redstone e seu pai Sumner Redstone, para a fusão da CBS com a Viacom, outra companhia deles.
O documento desta segunda confirmou que a NAI decidiu não propor a fusão entre CBS e Viacom por dois anos, a menos que consiga dois terços de votos de diretores não afiliados ao acionista controlador.