Como funcionam os chips cerebrais de Elon Musk? Entenda o implante da Neuralink

Empresa de Elon Musk fez primeiro implante em humanos em sua história nesta semana

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Por Redação

A Neuralink, empresa de implantes de chips cerebrais de Elon Musk, anunciou que fez seu primeiro procedimento em humanos nesta segunda-feira, 29. Até então, a companhia já havia testado seus chips em macacos e roedores em testes que mostraram que o implante poderia ser usado para dar pequenos comandos apenas com o pensamento. Durante o procedimento mais recente, o paciente passou por uma operação que incluiu uma pequena abertura no crânio para o implante.

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O primeiro produto da empresa se chama Telepathy e é um chip que pode permitir que um ser humano controle um telefone ou computador. A identidade do paciente que recebeu o componente não foi revelada, mas a empresa informou que ele está bem e se recuperando da cirurgia.

A Neuralink anunciou no ano passado que estava em busca de voluntários com quadriplegia devido a lesão da medula espinhal cervical ou com esclerose lateral amiotrófica (ELA), maiores de 22 anos de idade e com um “consistente e confiável cuidador”, além de pessoas com mais de 40 anos com quadriplegia para implementar um chip na região motora do cérebro.

Musk anunciou pelo X o primeiro implante em humanos feito pela Neuralink Foto: Dado Ruvic/Reuters

Como funciona o implante?

A Neuralink afirmou que o implante é realizado por meio de um robô, semelhante a uma máquina de costura, capaz de implantar fios ultrafinos de forma profunda no cérebro das pessoas. A empresa afirma que o sistema eventualmente será capaz de ler e escrever grandes quantidades de informação. Mas, como muitos dos outros empreendimentos de Musk, como naves espaciais ou túneis futuristas, um dos maiores desafios pode ser que seus cientistas correspondam à sua grande visão.

Para usar a solução da Neuralink atualmente, cirurgiões teriam que fazer furos no crânio para implantar os fios, com um equipamento semelhante a um estereotáxico, que usa coordenadas de localização do cérebro para determinar o local correto do implante. Mas no futuro, eles esperam usar um feixe de laser para perfurar o crânio com uma série de pequenos orifícios.

Anteriormente, a companhia havia revelado que uma das técnicas coloca linhas flexíveis de eletrodos nas proximidades dos neurônios, as minúsculas células que são os pilares básicos do cérebro. Os fios são colocados com o uso de finas agulhas, e o chamado sistema de visão por computador ajuda a evitar os vasos sanguíneos na superfície do cérebro. A técnica envolve a inserção de um feixe de fios, cada um com cerca de um quarto do diâmetro de um fio de cabelo humano.

Esses fios flexíveis são, na verdade, sanduíches finos de um material parecido com celofane que isola fios condutores que ligam uma série de minúsculos eletrodos ou sensores muito semelhantes a um fio de pérolas.

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Eles podem ser inseridos em diferentes locais e em diferentes profundidades, dependendo do experimento ou aplicação. Pesquisas médicas e terapia podem se concentrar em diferentes partes do cérebro, como centros de fala, visão, audição ou movimento.

A Neuralink não especificou, porém, se adotou este método no implante realizado nos últimos dias.

Objetivo

A função do implante será “ler” a atividade cerebral para poder transmitir ordens que ajudem a restaurar algumas funções cerebrais severamente danificadas após um ataque cardíaco ou esclerose lateral amiotrófica, que resultam em sérios danos na capacidade comunicativa.

Até agora, os implantes cerebrais só foram desenvolvidos em uma direção: do cérebro para o exterior (geralmente um computador que processa os sinais), mas o projeto da Neuralink visa poder transferir informações também na outra direção, da máquina para o cérebro.

No passado, Musk falou que planeja fazer streaming de música diretamente no cérebro das pessoas, dispensando o uso do aparelho auditivo./COM NYT e EFE

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