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Conheça a Starlink, empresa de internet de Musk que pode estar nas escolas do Brasil em breve

Com satélites de órbita baixa, empresa é a única que cumpre com as novas exigências do Ministério da Educação

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Por Redação

A Starlink, de Elon Musk, pode ser a nova provedora de internet das escolas públicas no Brasil. Depois de uma exigência do Ministério da Educação em relação à velocidade mínima de conexão nas instituições, a empresa de Musk é a única no País que atende aos requisitos impostos pelo órgão. Com cobertura para fornecimento particular e para empresas, a internet de Musk custa, hoje, R$ 295,54 sem a taxa de assinatura.

De acordo com o texto da portaria, a ideia é levar internet por satélite a até 40 mil das 138 mil escolas públicas que o governo Lula pretende conectar até 2026. Mas a conexão precisa atender a uma condição: ter velocidade mínima de 50 megabits por segundo (Mbps). Assim, das empresas que operam no País, como Viasat, Eutelsat, Telebrás e OneWeb, apenas a Starlink cumpre as exigências.

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O principal objetivo da internet por satélite é levar conexão a um custo menor do que mover pesadas infraestruturas de cabeamento (como fibra ótica) e antenas para locais distantes de centros urbanos.

Na modalidade em que opera a Starlink, os satélites são de órbita baixa, diferente da maioria dos serviços de telecomunicações que possuem satélites geoestacionários. A principal diferença entre eles é que os geoestacionários ficam a quase 36 mil km da Terra e acompanham a rotação do planeta. Já os de órbita baixa ficam a cerca de 550 km da Terra e são mais rápidos que a rotação do planeta.

A Starlink nasceu em 2015 como um braço da SpaceX, de turismo espacial. Atuando de forma quase independente hoje, o projeto promete colocar 42 mil de satélites em órbita baixa para “vender” internet por uma assinatura mensal, semelhante ao que fazem as operadoras de telecomunicações, que instalam redes de infraestrutura com antenas em terra.

O serviço da Starlink está disponível no Brasil desde o início de fevereiro de 2022, após os satélites terem sido aprovados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Desde então, apesar dos preços, a Starlink vem recebendo comentários positivos daqueles que vivem em regiões mais afastadas.

A média de velocidade dos serviços de internet Starlink é de 112 Mbps (megabits por segundo) e latência de 52 ms (milissegundos). Para comparação, a velocidade de uma internet tradicional de banda larga é de aproximadamente 94 Mbps, segundo a empresa de medições Ookla (mas isso pode variar conforme o plano contratado).

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Dentre as empresas que operam no Brasil, a velocidade é a maior. A Viasat, por exemplo, com satélites que abrangem todo o continente americano, prometeu uma velocidade de até 100 Mbps em seus últimos satélites lançados, no primeiro semestre deste ano. No País, porém, apenas as opções até 30 mbps de velocidade estão disponíveis.

Já a empresa de internet estatal Telebrás tem conexão com velocidade máxima de 20 Mbps, abaixo do novo critério do ministério da Educação. A companhia possui um equipamento em órbita desde 2017, o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC-1). Atualmente, a Telebrás oferece internet a 17,5 mil escolas.

Em maio do ano passado, o então presidente Jair Bolsonaro recebeu Musk em uma cerimônia no interior de São Paulo  Foto: Kenny Oliveira/AFP Photo/Ministério das Comunicações

Constelação

Os satélites da Starlink já formam uma constelação ao redor da Terra. A empresa conta com aproximadamente 3,5 mil equipamentos já lançados, mas o projeto planeja lançar quase 42 mil para orbitar a Terra. O alto volume é necessário porque satélites de baixa órbita têm uma área de cobertura pequena, então a única forma de atingir conexão global é contar com muitos equipamentos.

Dessa forma, os satélites da Starlink são menores: pesam cerca de 1,25 tonelada e têm aproximadamente 7 metros de comprimento. Os satélites da Viasat, por exemplo, pesam entre 5,6 e 6 toneladas e têm cerca de 50 metros de comprimento. O SGDC-1, da Telebrás, tem 5,8 toneladas e 37 metros de comprimento.

Atualmente, o valor da antena da Starlink é de R$ 3.196,03 e da assinatura mensal é de R$ 295,54.

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Em maio do ano passado, o então presidente Jair Bolsonaro recebeu Musk em uma cerimônia no interior de São Paulo e posou para foto com o clássico aperto de mãos de chefes de Estado. Musk cobiça os bilhões de clientes em potencial de grandes países, como Rússia, China e Índia, que até o momento não autorizaram sua operação. Só o Brasil ofereceu “tapete vermelho” ao empresário.

A nova definição de velocidade de internet pela gestão petista marca a abertura do mercado governamental brasileiro para a Starlink. Recentemente, a Nasa manifestou preocupação com o crescimento exponencial da empresa de Elon Musk. Sozinho, o empresário tem quase metade dos satélites ativos em órbita e pode ligar ou desligar a comunicação de áreas inteiras do mundo, se assim desejar.

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