Starlink no Brasil: saiba como usar a ‘internet de Elon Musk’

Confira as dúvidas mais frequentes sobre o pacote de internet

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Por Alice Labate
Atualização:

O bilionário Elon Musk, além de ser conhecido pela montadora Tesla e pelo Twitter, é também CEO da SpaceX, empresa de exploração espacial. Um dos projetos da companhia que vem gerando interesse é o Starlink, serviço de internet por satélite que pretende conectar locais remotos (ou longe de cabos de fibra e redes móveis) no globo.

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Apesar de parecer distante, o serviço da Starlink está disponível no Brasil desde o início de fevereiro de 2022, após os satélites terem sido aprovados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Desde então, apesar dos preços, a Starlink vem recebendo comentários positivos daqueles que vivem em regiões mais afastadas.

Para quem se interessou, confira as dúvidas mais frequentes sobre a “internet de Elon Musk”.

A Starlink é um projeto que foi criado em 2015 pela SpaceX, liderada por Elon Musk. O objetivo desse projeto é colocar 42 mil satélites na órbita baixa da Terra - a uma altitude de cerca de 550 km - que fornecerá internet em todas as regiões do mundo, até as mais remotas. A ideia é oferecer um serviço mais rápido que satélites geoestacionários, que ficam a 36 mil km de distância da Terra.

O plano era ousado desde o começo, quando Musk planejava que até aeronaves tivessem acesso à internet sobrevoando o mar. Atualmente, isso já é possível e as aeronaves podem ficar online durante voos.

Por aqui, os pacotes por assinatura estão disponíveis a venda no Brasil desde o início do ano passado

Para contratar os serviços da Starlink, o usuário precisa acessar o site oficial da plataforma, digitar seu endereço no espaço Endereço de serviço e, em seguida, selecionar Pedir agora. Após conferir os valores iniciais que o site vai mostrar, confirme o endereço em que a antena será instalada e clique em Fazer pedido. Depois, basta cadastrar as informações do seu cartão de crédito para finalizar o pedido e você receberá um e-mail de confirmação da solicitação, um código do pedido e as instruções de recebimento da antena.

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O prazo de entrega da antena na sua residência é de 45 dias após a confirmação e validação do pedido - usuários, porém, reclamam que a espera pode ultrapassar dois meses. O usuário deve adquirir um kit que inclui uma antena parabólica, uma fonte, um roteador e cabos, além de baixar o aplicativo do Starlink.

A antena deve ser instalada em um local com vista para os satélites, lembrando que não é recomendado colocar a antena em locais com muitas árvores e prédios em volta, pois pode atrapalhar a conexão - nuvens de chuva também podem atrapalar a conexão. Após a instalação, a antena procura automaticamente um satélite próximo e começa a emitir sinal de Wi-Fi. O processo pode levar algum tempo enquanto o sistema do Starlink busca informações sobre a infraestrutura da região.

Para realizar as configurações da sua rede, basta informar um nome para a rede e determinar uma senha, assim como é durante a configuração de roteadores de internet tradicionais. Em seguida, após a conexão inicial com a antena, o usuário é desconectado da rede para se conectar novamente mas, dessa vez, com as novas credenciais escolhidas.

A rede de satélites da Starlink utiliza antenas motorizadas para enviar e receber sinais de rádio para o satélite mais próximo disponível. Os dados são trocados com gateways (equipamento de conexão entre duas redes) e POPs (”Point of presence”, ou, em português “Ponto de presença”) localizados em data centers, conectados por fibra ótica, para integrar-se fisicamente com a internet.

O projeto prevê a troca de dados entre satélites no futuro, usando laser, para otimizar as distâncias com gateways e POPs. Isso permite que usuários em locais remotos, como em uma ilha ou em um avião sobrevoando o mar, se comuniquem com a rede através de satélites orbitando entre eles.

Atualmente, o valor da antena da Starlink é de R$ 3.196,03 e da assinatura mensal é de R$ 295,54. Esses valores abaixaram desde que o serviço foi disponibilizado no Brasil, já que antes, o valor da antena era de R$ 5 mil e da assinatura R$ 500 mensais.

Os satélites da Starlink ainda não estão disponíveis em todos os lugares do mundo, porém em grande parte do globo terrestre.

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A internet Starlink tem cobertura em todo o Brasil, Peru, Colômbia, México, Canadá, Austrália, Nigéria, Japão, Filipinas, em quase todos os EUA e na maioria dos países europeus. Além disso, o serviço está aguardando a aprovação de autoridades e estará disponível em breve nos demais países da América do Sul - menos Venezuela - da África e em grande parte dos países do continente asiático - menos Rússia, China e alguns países do Oriente Médio.

Sobre o desempenho, a média de velocidade dos serviços de internet Starlink é de 112 Mbps (megabits por segundo) e latência de 52 ms (milissegundos), para comparação, a velocidade de uma internet tradicional de banda larga é de aproximadamente 94 Mbps, segundo a empresa de medições Ookla (mas isso pode variar conforme o plano contratado).

O objetivo do projeto Starlink é fornecer internet em áreas mais remotas, portanto o serviço é indicado para pessoas que vivem em locais distantes, que não tem acesso à conexão a fibra ou redes móveis. Ou seja, no Brasil, é uma opção para áreas rurais, como fazendas, sítios e regiões de mata. Não é indicado para áreas urbanas, nas quais as operadoras tradicionais têm presença. Regiões chuvosas tendem a sofrer mais, pois nuvens do tipo afetam negativamente o sinal.

É permitido contratar o serviço da Starlink para um endereço e levá-lo para outro local, porém, para fazer esse deslocamento, é necessário pagar uma taxa de US$ 25, com impostos, não basta o próprio usuário realizar essa mudança de endereço.

O contato com a Starlink é feito diretamente com os EUA, já que não há representação no Brasil.

Sendo assim, para entrar em contato com a empresa, é preciso acessar a área de suporte do site oficial da Starlink, preencher o formulário da página com os seus dados e indicar em inglês o problema a ser resolvido. Geralmente, a resposta da empresa (também em inglês) demora cerca de 72hrs.

Além da empresa de Elon Musk há outras empresas concorrentes que estão explorando o mercado de internet por satélite de baixa órbita no Brasil, entre elas a Eutelsat e OneWeb (que estão combinando as suas atividades), a Project Kuiper da Amazon, a Viasat e a HughesNet.

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* Alice Labate é estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani

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