Facebook admite que18% dos usuários de 'app espião' eram adolescentes

Por meio do aplicativo Facebook Research, rede social coletava dados de usuários de smartphones, incluindo mensagens privadas, sob o pagamento de US$ 20 mensais

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Por Redação Link
Atualização:
Empresa de Mark Zuckerberg enviou novos dados em resposta ao senadores americanos Foto: Tom Brenner/NYT

O Facebook admitiu que 18% dos usuários espionados pelo aplicativo Facebook Research eram adolescentes, segundo informou o site americano TechCrunch. Inicialmente, a empresa divulgou que menos de 5% dos usuários tinham essa faixa etária. A quebra de privacidade de menores é ilegal nos Estados Unidos, onde o uso do aplicativo espião da maior rede social do mundo é investigado.

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Segundo a reportagem, a correção do dado foi apresentada na resposta a carta enviada pelo senador Mark Warner que pedia explicações de Mark Zuckerberg sobre o novo escândalo de privacidade. O retorno, assinado pelo vice-presidente de políticas públicas do Facebook, Kevin Martin, dizia que a empresa admitia que a quantidade de menores afetados era maior que o divulgado.

 “Na época em que encerramos o Facebook Research na plataforma iOS da Apple, menos de 5% das pessoas compartilhavam dados conosco através desse programa eram adolescentes. Mas a análise mostra que esse número sobe para 18% quando se observa a vida útil completa do programa e também adiciona pessoas que ficaram inativas e desinstalaram o aplicativo. ”

Warner perguntou ao Facebook se a empresa achava “razoável” usar os dados pessoais dos usuários para fins comerciais, incluindo o rastreamento do uso de serviços concorrentes. O executivo da rede social respondeu que os usuários não sabiam que a empresa rastreava concorrentes, apenas que os dados ajudariam o Facebook a entender como pessoas usavam aplicativos móveis de modo geral.

A empresa de Zuckerberg também havia dito que a participação de adolescentes precisava de consentimento dos pais. Em resposta ao senador, o Facebook admitiu que "participantes em potencial eram obrigados a confirmar que tinham mais de 18 anos ou dar evidências de que tinham consentimento dos pais, embora não exigissem um formulário de consentimento dos pais assinado.”

O Facebook não quis comentar as informações contidas nas cartas publicadas pelo TechCrunch.

Entenda o caso. No fim de janeiro, o TechCrunch publicou uma reportagem que dizia que o Facebook pagava US$ 20 ao mês para usuários que topassem usar um aplicativo de pesquisa da companhia, o Facebook Research. A opção estava disponível para usuários de smartphones entre 13 e 35 anos nos Estados Unidos e na Índia.

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À época, o site americano publicou que o programa dava acesso total às ações informações do usuário no celular para a rede social de Zuckeberg.Entre as informações coletadas pelo Facebook estavam as conversas privadas trocadas pelo WhatsApp e Facebook Messenger, além de buscas e atividades de navegação e fotos de compras feitas no site da Amazon.

Segundo a publicação, o programa, chamado de Project Atlas, tem funcionamento semelhante ao do aplicativo de VPN (virtual private network, em inglês) Onavo, banido da loja de aplicativos oficial da Apple em agosto do ano passado. No dia seguinte, a Apple bloqueou e retirou o aplicativo de sua loja, alegando que o app feria suas regras de conduta.

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