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Nubank lança seguro de vida com mensalidade média de R$ 9

Serviço será oferecido em parceria com a tradicional seguradora Chubb e poderá ser contratado pelo app, com personalização; para analistas, oferta será teste para Nubank crescer portfólio

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A partir desta terça-feira, 1º, a fintech brasileira Nubank vai entrar em mais um mercado: seguros de vida. Com 30 milhões de clientes combinados entre sua conta digital e seu cartão de crédito, a startup vai oferecer planos com preço médio de R$ 9 em parceria com a seguradora americana Chubb. Assim como outros produtos da empresa, o serviço – chamado de Nubank Vida – poderá ser simulado e contratado pelo aplicativo da companhia de David Vélez. A notícia foi antecipada com exclusividade pela empresa ao Estadão.

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Para Vélez, a ideia do produto é “abandonar pacotes pré-definidos e a linguagem técnica e cheia de asteriscos dos contratos convencionais de seguros, que só encarecem e dificultam o processo”. Segundo o executivo, os clientes terão autonomia para “só pagar o que realmente valorizam e utilizam”. 

A cobertura básica do produto inclui morte natural ou acidental e assistência funerária – segundo a empresa, também será possível adicionar proteções a serem usadas em vida, como hospitalização ou invalidez por acidente e assistência funeral para familiares. Com as opções, o valor da mensalidade pode variar, em cobertura que vai de R$ 10 mil até R$ 150 mil. Em caso de sinistros, o atendimento será feito pelo app do Nubank, em chat em tempo real e a promessa de pagamento em até poucas horas, dependendo do caso. 

Segundo a empresa, o produto começará a chegar gradualmente para sua base de usuários – uma lista de inscrições para interessados já está disponível no site do Nubank. A startup também afirma que seu seguro vai cobrir pandemias e doenças que normalmente ficam fora de produtos do tipo, como diabetes. Outra promessa da empresa é que o seguro não será reajustado de acordo com a idade do segurado nos primeiros cinco anos. 

David Vélez, presidente executivo do Nubank Foto: Nubank

Estratégia

Ao entrar no mercado de seguros, o Nubank novamente aposta num serviço financeiro que muita gente não possui, tal como fez ao lançar seu cartão de crédito digital – segundo estudos recentes feitos por seguradoras, o porcentual de brasileiros que têm um seguro de vida não ultrapassa os 20%. A diferença é que hoje, a startup tem uma base de clientes relevante, em crescimento de 50% para o início do ano, quando tinha 20 milhões de usuários. Além disso, a empresa, avaliada em torno de US$ 10 bilhões, cresceu nos últimos anos na base de conseguir usar a tecnologia para avaliar o risco – a diferença é que, agora, é um risco de acidente, não de crédito. 

“O setor de seguros hoje vive uma transformação por conta de grandes bases de dados e algoritmos que as analisam. É algo que o Nubank já tem expertise, só que no mercado de crédito”, diz Guilherme Fowler, professor de empreendedorismo do Insper. Na visão do acadêmico, o lançamento tem sinergias com o que o Nubank já faz e, além disso, é parte de uma proposta de planejamento e educação financeira – duas bandeiras que a startup procura carregar desde sua fundação, em 2013. 

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Para Samy Hazan, consultor e especialista do mercado de seguros, o Nubank pode ajudar a aumentar a penetração do seguro de vida no Brasil, mas precisa tomar cuidado com a forma como oferece o serviço. “A empresa vai precisar entender a necessidade de cada usuário, com uma oferta consultiva e construtiva, sem vender seguro na base da pressão”, diz Hazan, que já passou por marcas como Porto Seguro, Marítima e Sompo. 

Segundo o consultor, a parceria com a Chubb permite que o Nubank ofereça um novo serviço sem se preocupar com a regulação necessária para se tornar uma seguradora. “É algo que reduz muito o risco”, afirma. Na visão do especialista, o seguro de vida pode ser um primeiro passo do Nubank no setor, antes de entrar em outras áreas. “Será um bom teste para entender se seguro de automóvel ou seguro saúde também fazem sentido”, diz Hazan. 

Aceleração

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O lançamento da parceria com a Chubb também solidifica uma estratégia nova do Nubank: a de buscar no mercado soluções para turbinar seus serviços. Não é algo que a startup sempre fez – no início, a tática mais comum era a de desenvolver novidades dentro de casa, com time de tecnologia próprio. 

O primeiro passo nessa direção foi dado no meio do ano, quando a fintech decidiu comprar a corretora de investimentos Easynvest para acelerar essa frente – a negociação foi aprovada pelo Cade em outubro, mas ainda deve levar um tempo para os serviços estarem integrados. Na visão de Fowler, do Insper, não é uma mudança de cultura, mas sim um sinal de evolução do próprio Nubank. “A lógica sempre é a de aproveitar as oportunidades, mas o que muda é que, com o tamanho atual, o Nubank pode fazer aquisições e parcerias para se mover mais rapidamente”, diz o acadêmico.

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