O CEO da Apple, Steve Jobs, tirou mais uma vez a camiseta preta do armário na última quarta-feira, 20, para apresentar novidades no universo dos computadores de sua empresa. Sem a expectativa de grandes revoluções ou surpresas, a apresentação de Jobs teve foco em notebooks – uma das mais tradicionais linhas de hardware da empresa.
Foto: AP
O grande destaque ficou por conta do novo MacBook Air, agora em versões com monitores de 11 e 13 polegadas. O laptop, vendido pela Apple como segundo computador para usuários exigentes, tem como grande vantagem a espessura ínfima (1,72 cm na parte maior e 0,28 cm na mais fina) aliada a impressionante poder de processamento. As restrições, no entanto, são as mesmas a que entusiastas da Apple já estão acostumados: espaço limitadíssimo no HD (montado em memória Flash, como a de pendrives), pouca memória RAM (apenas 2 GB) e predileção por saídas proprietárias ou pouco comuns – apesar das duas conexões USB, o MacBook Air usa saída Mini DisplayPort para transmissão de vídeo em alta definição, em vez da já popularizada porta HDMI. E quem quiser ligar seu MacBook Air na televisão precisa apenas comprar um dos diversos adaptadores necessários para tornar a Mini DisplayPort compatível com qualquer aparelho que não outro Mac.
A versão netbook do Air, com tela de 11 polegadas, permite armazenamento de até 128 GB, com a opção mais barata (R$ 3.200) trazendo o mesmo espaço em disco de um iPod Touch – míseros 64 GB. A justificativa da Apple é que menor espaço para armazenamento equivale a maior espaço para a bateria (que continua não-removível), e que, pelo próprio fato do Air ser um suposto segundo computador, não deve acumular grande número de arquivos ou programas.
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O Air acaba disputando mercado com o próprio iPad, apesar de serem estruturados de maneiras diferentes. Ambos têm foco em usabilidade cotidiana e navegação, com aplicativos pequenos e arquivos online. Apesar de não contar com touchscreen, o trackpad do MacBook conta com a tecnologia multitouch e ele ainda é capaz de encarar entre cinco e sete horas de funcionamento com o Wi-Fi ligado. Seu sistema de gerenciamento de energia que possibilita até 30 dias do laptop ligado sem carga, em modo stand-by.
Enterrando o CD. Outra inovação apresentada pelo Air é o uso de pendrive como disco de boot e reinstalação, no lugar dos tradicionais CDs. O MacBook Air – assim como a maioria dos netbooks no mercado – não conta com drive óptico para CDs e DVDs. Ele pode ser comprado separadamente, como periférico chamado de MacBook Air SuperDrive, que usa uma das portas USB de seu notebook para funcionar. Quem não quiser botar a mão no bolso para ler CDs no MacBook tem ainda uma opção de compartilhamento de drive com outro computador. Basta que os dois estejam conectados em uma mesma rede sem fio que a ferramenta CD Sharing ajuda o usuário do Air a acessar o drive no outor computador.
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Intranet. A apresentação de Steve Jobs fechou também um círculo da Apple em torno de si mesma. A transmissão online da apresentação em vídeo só podia ser vista apenas usando um navegador Safari instalado em Mac com OS/X, ou no iOS de iPhones e iPods Touch. Praticamente uma internet particular, feita apenas para maqueiros. E aproveitando o ecossistema criado ao redor dos usuários de iPhone e iPad, a loja de aplicativos da Apple também chega a seus computadores, integrada com a próxima atualização do sistema operacional. O OS X da Apple sai da versão Snow Leopard para virar Lion (leia abaixo), mas o lançamento oficial só deve acontecer no verão americano do ano que vem (meados de 2011). Novos MacBooks ainda saem com a versão atual do sistema, além do pacote de aplicativos iLife, que permite criação de vídeos e produção musical.
No Brasil. Os novos MacBooks já estão disponíveis para compra no país. O Air netbook, com tela de 11’’ e 64 GB de armazenamento, tem preço inicial de R$ 3.200 (US$ 1 mil nos EUA). Os modelos com tela maior (13’’), de 128 GB ou 256 GB de memória Flash, estão sendo vendidos a, respectivamente, R$ 4.600 e R$ 5.700 (US$ 1.300 e US$ 1.600).
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