Monkey expande franquia de lan house

O conceito de lan house foi trazido ao País pelo presidente da Monkey, Sunami Chun, de 26 anos, descendente de coreanos. Durante uma viagem à Coréia do Sul, em 1998, Chun percebeu que o negócio havia contagiado Seul

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Por Agencia Estado
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Única rede nacional de franquias de ?lan houses?, a Monkey está, literalmente, expandindo "em banda larga" seus negócios. Até o final de fevereiro, serão 12 novas franquias, somadas às 34 já em funcionamento. A partir daí, duas novas lojas devem se integrar à rede, mensalmente. As lan houses são casas de computadores em rede, que oferecem aluguel de máquinas e acesso à Internet rápida, sobretudo para jogos eletrônicos. A estratégia da Monkey se baseia em tabela de preços adequada ao público-alvo, oferta de jogos da moda e posicionamento geográfico estratégico. "A lan house não é um negócio passageiro", acredita o vice-presidente da Monkey, Frank Onishi. "Os games é que são". Nos bastidores das lan houses, estima-se em 500 o número de casas do gênero em funcionamento no Brasil e em R$ 1 bilhão o volume de negócios que poderia ser gerado anualmente se o mercado contasse com 2,5 mil lojas. Para Onishi, entretanto, os números são outros. "Há cerca de 1,5 mil lan houses funcionando no País, embora diariamente umas abram as portas e outras fechem", diz. Tal instabilidade, segundo o executivo, deve-se a um único fator: a escolha errada do modelo de negócios. "Estamos chegando onde estamos porque apostamos no modelo de franquias, que se mostrou extremamente rentável para esse tipo de negócio", afirma. Hoje, por exemplo, a taxa de retorno de investimento na franquia está estimada em 6% ao mês - em até 36 meses, o aporte está pago. "O retorno varia de acordo com o ponto comercial e o número de equipamentos." Abrir uma Monkey, segundo Onishi, pode custar de R$ 250 mil a R$ 270 mil, aí incluídos a taxa de franquia, reforma do imóvel, equipamentos e demais ações necessárias à abertura da loja. Mensalmente, para mantê-la, o franqueado desembolsará outros 8% sobre o faturamento, a título de royalties, e 2% sobre a mesma rubrica, destinados a propaganda. "Em contrapartida, terá um faturamento médio de R$ 29 mil", calcula o vice-presidente. Consultoria A Monkey garante ainda ao franqueado uma espécie de "consultoria" para abertura da loja. "Sugerimos, por exemplo, que o franqueado trabalhe com pelo menos 40 máquinas, para que seja rentável no tempo médio calculado", diz Onishi. Cabe à Monkey também a decisão sobre o imóvel que receberá a franquia: uma área nobre, de preferência, para que a loja seja freqüentada por público A/B. "Não raro há uma Blockbuster ou um McDonald?s por perto", acrescenta. Definido o local - o franqueado pode apresentar três sugestões -, a Monkey se encarrega do resto. "A loja é entregue pronta, com pelo menos dois títulos de jogos que estão em alta", afirma. Para tanto, conhecer em detalhe o perfil e a preferência dos usuários é um dos comandos essenciais para a sobrevivência da lan house. E Onishi exemplifica: "Houve um momento em que a concorrência com pequenas lan houses começou a prejudicar nossos negócios. Fomos pesquisar o perfil do usuário e, a partir daí, elaboramos uma nova tabela de preços. Hoje, só nos preocupa os que cobram 70% menos que a Monkey". Público A mesma pesquisa que assegurou à Monkey hegemonia sobre lan houses menores mostrou à rede de franquias que não eram apenas adolescentes os adeptos dos jogos em rede. "Chegamos à conclusão de que nosso público tem de 13 a 28 anos, passa em média duas horas na unidade e que se divide de acordo com o horário: adolescentes são mais diurnos e adultos, noturnos". Daí a tabela de preços: R$ 2,50 a hora nos dias de semana, quando o público é mais sensível a custos, e R$ 4 aos sábados e domingos. Quanto à concorrência com os micros domésticos, Onishi é enfático e lembra que as lan houses estão acabando com o estereótipo de micreiro ou aficionado por informática de perfil introspectivo, com queda pela solidão. "Além de as lan houses proporcionarem interação com outras pessoas, há ainda uma identificação forte entre os usuários desses serviços, de forma que se criam comunidades", conta o executivo. Não raramente, as ?lan parties? reúnem centenas de usuários que nunca se viram, mas que já se conhecem. Novos territórios Por enquanto, conta Onishi, a maior parte das franquias está concentrada na Grande São Paulo. Para este ano, entretanto, os planos de expansão prevêem a abertura de franquias em outros Estados. "Cerca de 90% das lan houses estão no Sudeste e há mercado em outras regiões, que vamos explorar", adianta o executivo. Uma das negociações mais adiantadas, conta Onishi, é a de abertura de uma Monkey em Porto Alegre: "Essa deve sair em breve". O conceito de lan house foi trazido ao País pelo presidente da Monkey, Sunami Chun, de 26 anos, descendente de coreanos. Durante uma viagem à Coréia do Sul, em 1998, Chun percebeu que o negócio havia contagiado Seul e voltou ao Brasil muito "mal intencionado". Assim, no final de 98, inaugurava a primeira loja. Em três anos, a empresa já adotava o sistema de franquias e, até dezembro do ano passado, contava com 160 mil clientes cadastrados. Leia mais sobre os setores de Tecnologia da Informação e de Comércio e Serviços no AE Setorial ( www.aesetorial.com.br), o serviço da Agência Estado voltado para o segmento empresarial.

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