Depois do Stuxnet, surge o Flame, vírus muito mais poderoso de espionagem e roubo de dados
BOSTON – Especialistas em segurança descobriram um vírus de computador de alto nível de sofisticação no Irã e no Oriente Médio que acreditam ter sido implantado há pelo menos cinco anos com o objetivo de realizar espionagem patrocinada pelo Estado.
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Evidências sugerem que o vírus, que foi nomeado “Flame”, pode ter sido construído em nome da mesma nação ou nações que encomendaram o vírus Stuxnet, que atacou o programa nuclear iraniano em 2010, segundo o Kaspersky Lab, que assumiu a responsabilidade pela descoberta do vírus.
Os pesquisadores do Kaspersky disseram nesta segunda-feira, 28, que ainda não determinaram se o Flame tinha uma missão, como o Stuxnet, e se negaram a revelar quem eles acreditam ter desenvolvido o vírus.
A empresa de segurança disse que o vírus pode ter sido criado em 2010 e continua a ser desenvolvido atualmente. O Flame é um trojan que captura imagens de tela quando aplicativos como de IM ou chat são acionados, ativa microfone para arquivar conversas, além de gravar o que é digitado e monitorar o seu tráfego na web. Todos os dados roubados são então enviados para servidores que guardam a informação.
O Irã acusou os Estados Unidos e Israel de terem implantado o Stuxnet.
Os técnicos afirmaram que as descobertas fornecem novas evidências ao público que demonstram o que autoridades a par de informações confidenciais há muito sabem: nações têm usado trechos de programação como armas para promover seus interesses relacionados a segurança há muitos anos.
“Essa é uma de muitas, muitas campanhas que acontecem o tempo todo e nunca chegam ao conhecimento do público”, disse o especialista em cibersegurança do Austrian Institute for International Affairs, Alexander Klimburg.
Uma agência de cibersegurança iraniana disse em seu site nesta segunda-feira que o Flame é “intimamente relacionado” ao Stuxnet, o primeiro exemplo publicamente conhecido de uma “arma virtual”.
/REUTERS