André Vargas renuncia à vice-presidência da Câmara dos Deputados após denúncias

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Por Redação
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O vice-presidente da Câmara, deputado André Vargas (PT-PR), renunciou ao cargo nesta quarta-feira após denúncias de seu envolvimento com o doleiro Alberto Yousseff, preso pela Polícia Federal na operação Lava Jato. "Em virtude da decisão tomada hoje pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, pela instauração de procedimento de apuração de denúncias apresentadas contra mim, decidi apresentar minha renúncia à vice-presidência desta Casa", disse o petista na carta de renúncia obtida pela Reuters. "Tomo esta decisão para que possa me concentrar em minha defesa perante o Conselho e para não prejudicar o andamento dos trabalhos da Mesa Diretora, e também de preservar a imagem da Câmara, do meu partido e de meus colegas deputados", acrescentou. Reportagem da revista Veja no fim de semana afirma, com base em mensagens interceptadas pela Polícia Federal, que Vargas e o doleiro trabalhavam numa suposta "parceria" em contratos com o governo federal, em especial com o Ministério da Saúde. Vargas, segundo essas mensagens, teria prometido "atuar" para ajudar Youssef a obter o contrato com o ministério. Após as denúncias, Vargas pediu licença não-remurada do cargo por 60 dias na segunda-feira, alegando "interesse particular". "Tenho enfrentado um intenso bombardeio de denúncias e ilações lançadas em veículos de imprensa baseadas apenas em vazamentos ilegais de informações, as quais terei agora a oportunidade de esclarecer, apresentando minha versão - a verdade - a respeito de tudo que vem sendo divulgado", continua na carta. "Enfrentarei tranquilamente este processo na certeza de que provarei, ao final, que não cometi nenhum ato ilícito. Sigo com muito orgulho de minha história política e minha luta, ao lado de tantos companheiros, em defesa do povo paranaense e pela construção de um Brasil melhor", disse ele, indicando que não pretende renunciar ao mandato de deputado. Na semana passada, Vargas já havia se justificado no plenário da Câmara por denúncia de que teria viajado em avião providenciado pelo doleiro, preso desde março na operação Lava Jato por suspeita de lavagem de dinheiro. O Conselho de Ética abriu o processo por quebra de decoro a partir de representação do PSDB, DEM e PPS. (Reportagem de Jeferson Ribeiro)

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