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Base teórica e científica do projeto é brasileira

Segundo o mentor do Âncora, o português José Pacheco, poder público deve tomar as rédeas e mudar regras

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O português José Pacheco conhece a educação brasileira. Não só pelas recorrentes visitas, que resultaram na sua mudança para o Brasil, há seis anos. Ele afirma que toda a base científica e teórica da pedagogia que tem praticado há mais de 30 anos é brasileira. E cita uma lista de mais de 20 nomes, entre eles Eurípedes Barsanulfo, Anísio Teixeira, Fernando Azevedo e Paulo Freire. "O Brasil passa por um momento incrível. É para cá que o mundo precisa olhar."No Brasil, Pacheco deu consultorias para 58 cidades, em quase todos os Estados. Os projetos são diferentes pelo País, porque, como ele explica, "cada escola é diferente da outra". Mas alguns princípios desse trabalho realizado são comuns, como a colaboração entre escolas, universidade e poder público. E processos de integração com a comunidade.Conhecido pelo sucesso da Escola da Ponte, um colégio público que se desenvolveu de forma descolada das políticas do Estado, sempre em busca da sua autonomia, Pacheco coloca exatamente o poder público como central para uma revolução na educação. "O centro de articulação é o poder público. Ele é que tem de tomar as rédeas para as mudanças. Autonomia é política pública."Pacheco afirma que é possível tornar experiências, ainda hoje sempre isoladas, em políticas públicas. "O poder público precisa tomar vergonha, fazer escolhas, evitar o desperdício."Segundo o educador, a Escola da Ponte tem metade do custo por aluno das tradicionais. O Âncora, por exemplo, não tem 15 professores. Os resultados já alcançados no primeiro semestre eram esperados pelo educador para um ano e meio."O tempo não é usado nas outras escolas. As escolas estão nos topos dos rankings e só se vê conteúdo lá. A questão é que não aprendem, por isso existe desqualificação", diz. E provoca: "Onde estudaram os corruptos? Nas melhores escolas".

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