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Belém registra 5 casos suspeitos de infecção por micobactéria

Anvisa investiga as notificações e reforça as regras mais rígidas para a esterilização de materiais usados em cirurgias

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Por Ligia Formenti e BRASÍLIA

Cinco pacientes que foram submetidos a uma cirurgia plástica em Belém estão com suspeita de contaminação por micobactéria de crescimento rápido, micro-organismo que em 2008 provocou no País um surto de infecção hospitalar de proporções inéditas no mundo. Os casos são investigados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "Vamos aguardar resultados de exames encomendados para definir quais providências terão de ser adotadas", afirmou o diretor da Anvisa, Dirceu Barbano. Nesta semana, técnicos da agência visitaram Pará e Amazonas. Na próxima semana, a equipe vai até o Rio Grande do Sul. Os testes, que deverão ficar prontos a partir do dia 20, poderão indicar se as infecções constatadas nos três Estados são provocadas pela mesma micobactéria ou se elas estão relacionadas com o micro-organismo. Identificada no País em 2006, a micobactéria provocou, ao longo de dois anos, mais de 2 mil infecções - todas em pacientes que haviam passado por cirurgias como videolaparoscopias, artroscopias e lipoesculturas O surto de 2008 foi controlado após a Anvisa determinar regras mais rígidas para desinfecção do material usado nas cirurgias. A esterilização feita com substâncias líquidas - prática hoje reconhecidamente ineficaz - foi proibida. Há suspeita de que casos recentes de Manaus e Carazinho estejam relacionados a técnicas incorretas de esterilização do material usado, como cânulas. Nos casos registrados nesses locais, de acordo com a diretora do Centro de Referência Professor Hélio Fraga, Maragareth Dacolmo, a micobactéria se mostra mais resistente que no surto de 2008. Para combatê-la, é preciso usar droga mais cara, por período maior de tempo: no mínimo seis meses. As regras mais rígidas para esterilização de materiais usados nas cirurgias foram reforçadas anteontem.ContagemCasos de infecção preocupam:78outros registros suspeitos de contaminação por micobactéria de crescimento rápido foram notificados neste ano, concentrados em um hospital de Carazinho (RS) e outro de Manaus (AM).

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