BM&F Bovespa reduz despesas e vê oportunidade no balcão

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Por DANIELA MACHADO
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A BM&F Bovespa espera que a redução de despesas que contribuiu para o resultado do terceiro trimestre seja mantida nos três últimos meses deste ano e, apesar da crise financeira mundial, está otimista para 2009. "Acho que essa crise de confiança está levando o mercado a uma ressaca. Se olharmos os sete pregões de novembro, notamos uma redução dos volumes negociados. Mas estamos otimistas para 2009 em função de dois pilares: redução das despesas e a condição de solidez da companhia", afirmou nesta quarta-feira o presidente da nova bolsa, Edemir Pinto. Segundo ele, a redução no volume de contratos negociados no segmento de derivativos foi da ordem de 40 por cento nos sete pregões iniciais de novembro, em comparação com a média dos três meses anteriores. No segmento de ações, essa diminuição foi de 35 por cento. Edemir acredita que a maior regulação dos mercados de balcão, demandada após a crise global, deve beneficiar o ambiente de bolsa. "Sabemos que a crise teve origem no mercado de balcão norte-americano... Não tenho dúvida de que os ambientes de bolsa, como a nossa, serão beneficiados pela migração dos negócios", disse. "Estamos prontos para oferecer negócios de bolsa para o mercado de balcão e também para oferecer serviços a esse segmento do mercado." No terceiro trimestre, a BM&F Bovespa teve lucro líquido de 235,6 milhões de reais, excluídas as despesas não recorrentes como as ligadas à integração das duas bolsas. A cifra é 15,3 por cento superior ao lucro pro forma de 204,3 milhões de reais de igual período do ano passado. O lucro operacional subiu de 215,2 milhões para 267,5 milhões de reais na mesma comparação, fazendo com que a margem Ebtida passasse de 62 para 68,1 por cento. A receita líquida aumentou 12,2 por cento, enquanto as despesas diminuíram 5,8 por cento. Às 13h06, as ações recuavam 5,5 por cento, a 5,37 reais, enquanto o Ibovespa perdia 4,7 por cento. EXPANSÃO Segundo Carlos Kawall, diretor de Relações com Investidores da bolsa, o terceiro trimestre contou com apenas uma parte do processo de sinergia entre BM&F e Bovespa e teve o impacto do dissídio salarial de 8 por cento. "Isso nos faz sugerir que essa redução (de despesas) será mais expressiva no quarto trimestre", afirmou. A fusão entre as duas instituições foi aprovada em maio deste ano, formando uma das maiores bolsas do mundo. A BM&F Bovespa calcula em cerca de 5 bilhões de reais o benefício fiscal decorrente do ágio da fusão, que poderá ser usado a partir de 1o de dezembro se aprovado em assembléia. O valor terá impacto ao longo dos próximos anos. "É difícil prever, mas a gente imagina que será entre cinco e sete anos", disse Edemir Pinto. Ele reafirmou a intenção de desenvolver o mercado da América Latina, tendo em vista Chile, Colômbia e Peru e, depois, México e Argentina. "Já cumprimos dois de três passos, o que falta agora é propor um plano de ação para desenvolvimento dos mercados locais. Devemos ter no primeiro trimestre esses planos." A BM&F Bovespa também espera ter até o fim de abril de 2009 equipes de venda na Europa, na Ásia e em outras parte do continente americano. (Edição de Alexandre Caverni)

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