PUBLICIDADE

Centros de emergência são necessários para conter Ebola na África, diz ONU

O pior surto de Ebola já registrado pode ser contido se países construírem centros de tratamento e providenciarem pessoal rapidamente nas nações do oeste da África mais atingidas pelo vírus mortal, disse o coordenador da missão de reação ao Ebola da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira. “Se conseguirmos reduzir o número de pessoas que estão transmitindo sua infecção para outras em 70 por cento, então o surto chegará ao fim”, afirmou o médico e coordenador-chefe David Nabarro à Reuters. “Se, por outro lado, as pessoas continuarem a ter a possibilidade de transmitir o vírus enquanto estão doentes, o surto irá continuar a crescer no ritmo atual.” Guiné, Libéria e Serra Leoa foram os mais vitimados pela doença e há relatos de casos no Senegal e na Nigéria. A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta quarta-feira que o Ebola matou 3.879 pessoas entre os 8.033 casos confirmados, prováveis e suspeitos desde que a epidemia foi identificada na Guiné em março. Nabarro elogiou Estados Unidos, Grã-Bretanha, União Africana e outros por convocar agentes de saúde e militares para construir e levar equipes a centros de tratamento nas áreas afetadas. Ele exortou todos os países a contribuírem de todas as formas possíveis para o esforço coletivo. Ele também cumprimentou a República Democrática do Congo e Uganda por fornecerem médicos e enfermeiras capacitados. “Eles tiveram a experiência de lidar com o Ebola em seus próprios países, e isso não tem preço”, declarou. Um surto de Ebola que se acredita não ter relação com aquele no oeste africano foi relatado na República Democrática do Congo.

Por LOUIS CHARBONNEAU
Atualização:

VENCER A BATALHA

PUBLICIDADE

Os sistemas de saúde nos países africanos atingidos não têm capacidade de lidar com a epidemia. Os centros de tratamento estão lotados e os agentes de saúde correm risco de contaminação.

Nabarro, que foi o coordenador de reação internacional da ONU nos surtos da gripe aviária e da influenza humana, disse que a escala da epidemia do Ebola está dobrando a cada duas ou três semanas.

“Por isso, um bom tratamento em um espaço isolado que permite às pessoas terem uma boa chance de recuperação é uma exigência fundamental”, afirmou. “Para isso, precisamos de pessoas experientes neste tipo de cuidado”.

No mês passado, a ONU criou sua primeira missão concebida especificamente para combater uma crise de saúde pública, a Missão para Resposta de Emergência ao Ebola (UNMEER, na sigla em inglês), sediada em Gana.

“Com certeza iremos vencer esta batalha”, disse Nabarro. “A questão é quando... e se conseguimos minimizar o número de pessoas que perderão suas vidas, ou o dano às economias dos países afetados enquanto isso estiver acontecendo”.

Nabarro disse apoiar a ideia de verificar passageiros de voos provenientes da região africana em questão para identificar indivíduos de alto risco que podem ter contraído o vírus, medida prestes a ser adotada em aeroportos dos EUA, mas que proibir viagens ou isolar as nações com casos de Ebola seria uma abordagem equivocada.

Publicidade

(Reportagem adicional de Angela Moore)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.