PUBLICIDADE

China nega abusos apontados em relatório da Anistia Internacional

País reage a acusação de que violações de direitos humanos pioraram com Olimpíadas.

PUBLICIDADE

Por Da BBC Brasil

O governo chinês rejeitou acusações de que abusos aos direitos humanos na China estariam aumentando à medida em que se aproximam as Olimpíadas. O Ministério das Relações Exteriores do país disse que um relatório sobre o assunto divulgado pela ONG Anistia Internacional era tendencioso. O relatório disse que a China está quebrando suas promessas de maior liberdade, com militantes presos, jornalistas detidos e mais pessoas sendo enviadas a campos de trabalhos forçados. Segundo o governo chinês, as pessoas que entendem a China não concordariam com a Anistia. "Eu espero que a Anistia Internacional tire os óculos coloridos que vem usando há anos para ver a China de uma forma justa e objetiva e que faça algo mais construtivo", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país, Liu Jianchao. Ele insistiu que não deve haver interferência em assuntos chineses. A China Society for Human Rights Studies, ligada ao governo, também refutou o relatório da Anistia Internacional. "Nós achamos que há problemas, mas estão sendo resolvidos e a situação dos direitos humanos está ficando cada vez melhor", disse à BBC a porta-voz da entidade, Xiong Lei. "Tradição olímpica" Quando foi escolhida para sediar os Jogos Olímpicos, a China prometeu respeitar os valores de dignidade humana associados à tradição olímpica. Entre as promessas feitas pelo país, estavam melhorias em sua política de direitos humanos, maior liberdade de imprensa e melhores condições de saúde e educação. Mas segundo o relatório da Anistia Internacional, intitulado Broken Promises (em tradução literal, promessas quebradas), aconteceu o contrário. De acordo com o documento divulgado na segunda-feira, a repressão dos indivíduos que defendem os direitos humanos "se intensificou porque Pequim está hospedando os jogos". A Anistia Internacional diz que a intenção do governo chinês seria "limpar" das ruas de Pequim pessoas "indesejáveis", que possam causar distúrbios e promover manifestações durante os jogos. O relatório cita os nomes de militantes que teriam sido silenciados pelas autoridades, entre eles, Hu Jia, Yang Chunlin e Ye Guozhu. O editor da BBC China, Shirong Chen, disse que o povo chinês está cada vez mais consciente dos seus direitos e disposto a defendê-los. Mas acrescentou que o Partido Comunista Chinês vai punir severamente qualquer ato que seja visto como um desafio à sua autoridade. A Anistia pediu a líderes internacionais presentes nos jogos que se manifestem. Nesse ínterim, o Comitê Olímpico Internacional disse que iria investigar relatos de que o serviço de internet oferecido aos jornalistas estrangeiros que viajaram para Pequim para cobrir os jogos estaria sendo censurado. Os jornalsitas disseram que estavam tendo problemas para acessar a internet no centro de imprensa. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.