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Com chuva, Rio aciona pela 1ª vez sirenes de alerta

Por PEDRO DANTAS
Atualização:

O sistema de sirenes de alerta para o risco de desabamentos em favelas cariocas, instalado em janeiro, foi acionado pela primeira vez na noite de ontem, quando, em poucas horas, o Rio de Janeiro recebeu o dobro da chuva esperada para todo o mês de abril. Os alarmes soaram em 11 favelas, logo depois que a cidade entrou em "estágio de alerta", que se caracteriza por chuva forte com riscos de alagamentos e deslizamentos.Muitos moradores, no entanto, preferiram permanecer em suas casas, o que levou o prefeito a admitir que o funcionamento do sistema ainda não é ideal. Ele aproveitou para fazer um apelo: "É importante que as pessoas acreditem nas sirenes, porque elas são feitas para salvar vidas", disse Eduardo Paes. A prefeitura do Rio informou que 70 pessoas recorreram aos pontos de apoio que acolhem os moradores até que o risco de desabamento em suas casas seja descartado. Foram registrados apenas pequenos deslizamentos, sem feridos, nas comunidades JK, Borel, Andaraí e Chacrinha, na região da Tijuca (zona norte). Em toda a cidade, muitas ruas e praças ficaram alagadas. A Defesa Civil do Rio registrou mais de 200 chamadas. Na estrada Grajaú-Jacarepaguá, uma pedra de 600 toneladas despencou de uma barreira e atingiu a frente do carro de Inês Carolina Gomes, de 24 anos, que conseguiu frear e sobreviveu. O bloco de rocha recebeu duas cargas de explosivos para ser desfeito. A via continuava interditada nos dois sentidos até o início da noite de hoje. O nível da água na Lagoa Rodrigo de Freitas, ponto turístico da zona sul carioca, ficou acima do normal, mas não transbordou.Na região da Tijuca, a mais afetada pela chuva, um homem morreu afogado na Praça da Bandeira. Passagem obrigatória para quem vem da zona sul ou do centro e se dirige ao Estádio do Maracanã, o palco principal da Copa de 2014, a Praça da Bandeira desde a década de 1940 convive com inundações. Ontem, os carros foram levados pela correnteza e os passageiros dos ônibus tiveram de ser resgatados por uma grua do Corpo de Bombeiros. No Morro da Formiga, uma casa desabou, mas ninguém ficou ferido.O governador Sérgio Cabral definiu as enchentes na região como um "estorvo histórico do Rio". Obras de macrodrenagem na Praça da Bandeira foram incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2) e estão orçadas em R$ 300 milhões, mas devem demorar pelo menos 3 anos. "São três rios: Trapicheiro, Joana e Maracanã. É uma região crítica, baixa e que vai dar no Canal do Mangue. A prefeitura tem o projeto da construção de piscinões para desvio destes rios, mas não é uma obra rápida. A gente ainda deve sofrer algum tempo", reconheceu o prefeito Eduardo Paes.

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