Coreia do Norte tenta acalmar a China após tiros na fronteira

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Por Redação
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A Coreia do Norte prometeu à China punir os responsáveis pelos tiros que mataram três cidadãos chineses na semana passada perto da fronteira comum, e prometeu que o incidente não irá se repetir, disse a imprensa estatal chinesa na quinta-feira. A China representa o único apoio político e econômico importante para o regime comunista norte-coreano, que por isso não deseja desagradar Pequim. Na semana passada guardas de fronteira da Coreia do Norte abriram fogo contra cidadãos chineses que estariam cruzando o rio fronteiriço perto da cidade de Dandong (nordeste da China). Três pessoas morreram, e uma quarta ficou ferida. Qin Gang, porta-voz da chancelaria chinesa, disse sem entrar em detalhes que os dois países estão promovendo "novas investigações e tratando do caso". Na terça-feira, a chancelaria fez uma rara queixa pública contra seu vizinho, e agora a Coreia do Norte parece estar tentando consertar a situação. Autoridades de fronteira norte-coreanas disseram que uma investigação inicial apontou um "acidente", segundo relato da agência estatal chinesa de notícias Xinhua. A chancelaria chinesa disse que os cidadãos alvejados são suspeitos de contrabando. "O lado norte-coreano expressou seu pesar pelas mortes chinesas, ofereceu condolências às famílias dos mortos e ao ferido, e vai punir severamente os responsáveis", disse o despacho da Xinhua. "As autoridades norte-coreanas de segurança fronteiriça irão investigar mais este incidente e evitar que ele se repita." A Coreia do Norte depende muito da China para receber combustíveis e alimentos. Em geral, os dois regimes comunistas mantêm em sigilo os seus atritos, o que não aconteceu desta vez. Pequim evitou, por exemplo, condenar publicamente Pyongyang por supostamente afundar com um torpedo um navio militar sul-coreano, em março, deixando 46 mortos. Pequim diz que ainda está investigando esse incidente naval, e que todas as partes deveriam ter cautela. A Coreia do Sul pediu providências do Conselho de Segurança da ONU sobre o caso. Como membro permanente do Conselho, a China tem poder de veto, mas não disse claramente como vai se posicionar diante da solicitação de Seul. Os 1.415 quilômetros de fronteira China-Coreia do Norte são vigiados por soldados em ambos os lados. Mas o rio que divide os dois países muitas vezes fica estreito e se torna acessível para contrabandistas e refugiados que passam da miserável Coreia do Norte para a próspera China. (Reportagem de Chris Buckley; Reportagem adicional de Huang Yan e Ben Blanchard)

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