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Cresce procura por escolas bilíngues

No País, instituições passaram de 145 para 180; perfil das famílias muda e as mensalidades ficam mais baratas

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DIFERENCIAL - Alessandra Poltronieri colocou os filhos Nicole e Gabriel na escola bilíngue para que eles não tivessem dificuldades com inglês

O número de escolas bilíngues no Brasil saltou de 145 em 2007 para 180 em 2009, registrando um aumento de 24% no período. Neste ano, outros sete colégios estão abrindo as portas só em São Paulo. O surgimento de novas instituições revela um nicho educacional disputado, que se tornou sonho de consumo de famílias de classe média e alta.

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O mapeamento dessas instituições - de ensino fundamental e médio - é feito anualmente pelo diretor pedagógico da Escola Cidade Jardim/PlayPen, Lyle Gordon French. Não há números oficiais de colégios bilíngues nem legislação específica sobre seu funcionamento, o que exige dos pais maior atenção com infraestrutura e proposta pedagógica na hora da escolha (mais informações nesta pág.).

"Está crescendo a demanda do mercado", explica o diretor. "Os pais querem que seus filhos estejam habilitados para cursar uma universidade no exterior ou disputar uma vaga no mercado de trabalho que peça fluência em outro idioma."

De maneira geral, os colégios bilíngues funcionam em período integral. Metade das aulas é ministrada em português e o restante em outro idioma - em muitos casos, como nas escolas alemãs, por exemplo, há uma carga horária intensa em alemão e também inglês. Diferentemente das escolas estrangeiras, que seguem calendários e currículos de outros países, as bilíngues adotam as datas e as diretrizes nacionais. Nas instituições tradicionais, a grande maioria dos professores é estrangeira ou fez faculdade nos Estados Unidos ou Canadá.

"Para famílias que mudam muito de país, a escola internacional é melhor. Já famílias que moram no Brasil preferem as bilíngues, porque seguem as diretrizes nacionais e preparam para os vestibulares nacionais e estrangeiros", diz French.

O próprio perfil das famílias que procuram esses colégios tem mudado nos últimos anos. Na Escola Suíço Brasileira de São Paulo, atualmente 70% dos alunos são de famílias brasileiras e 30% de estrangeiras, de 36 nacionalidades diferentes. "Cada língua que uma criança aprende expande suas possibilidades. Cada língua é uma cultura. As famílias brasileiras têm percebido isso", afirma o diretor Benhard Beutler.

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CLASSE MÉDIA

Outro fator que explica o crescimento dessas instituições nos últimos anos é a abertura de escolas voltadas para a classe média, com mensalidades mais baixas - os colégios tradicionais custam, em média, R$ 2.500 ao mês para o primeiro ano do ensino fundamental.

"Desde que abrimos, preenchemos todas as vagas, os pais que não aprenderam inglês na infância e sentem hoje dificuldade, querem que seus filhos estudem em escola bilíngue", explica a Teca Antunes, diretora do Colégio Santa Amália, no Tatuapé (zona leste de São Paulo). A mensalidade na escola custa em torno de R$ 1.200.

Para a funcionária pública Alessandra Poltronieri, que têm dois filhos na escola, a fluência em inglês é o grande diferencial. "Eu fui aprender mais velha e tenho dificuldades. Não queria que eles passassem por isso", conta. "Quero que aprendam mais do que se estivessem numa escola de idiomas."

A fluência desde a infância em outro idioma foi também o motivo que levou Robélia Dantas Schmitz Saraiva a matricular os dois filhos no colégio alemão Humboldt. "Somos uma família de classe média e sempre tivemos dificuldade com idiomas. Por isso, decidimos por uma escola que garante fluência no inglês e no alemão", conta.

ORIENTAÇÕES

Alfabetização: Pais devem prestar atenção em como será feita a alfabetização do aluno. Especialistas recomendam que se alfabetize na língua materna e introduza o outro idioma aos poucos nos

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primeiros anos

Professores: É importante saber qual a formação dos professores da escola, que devem ser pedagogos ou formados na disciplina que lecionam, além de serem fluentes no idioma

Currículo: Pais devem questionar o currículo de português do colégio, que deve oferecer a mesma carga horária e os mesmos conhecimentos do idioma oferecidos por um colégio brasileiro

Inglês: É importante questionar também quais os parâmetros

curriculares do inglês ensinado na escola e qual o tipo - se é o inglês mais acadêmico ou social, usado nas conversas informais. O ideal é que haja um equilíbrio entre os dois tipos

Provas: É importante saber quais exames e quais referências de desempenho serão usadas no colégio para avaliar os alunos. Muitas têm avaliações internacionais

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