PUBLICIDADE

ENTREVISTA-Tarso vê candidatura quase certa ao governo gaúcho

PUBLICIDADE

Por FERNANDO EXMAN

O ministro da Justiça, Tarso Genro (PT), afirmou nesta sexta-feira que sua candidatura ao governo do Rio Grande do Sul é "absolutamente provável" e, se tiver de disputar prévias internas no partido, deve obter uma maioria folgada dos votos. Segundo o ministro, o PT gaúcho fechará até o fim deste ano uma aliança com seus parceiros para as eleições de 2010, apesar de a direção da legenda ter decidido privilegiar a formação de uma coligação nacional para sustentar a candidatura à Presidência da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. A formatação das chapas regionais ficaria em segundo plano. "Devo fazer mais de 60 por cento na convenção, se antes não der acordo com os companheiros que estão se apresentando (como pré-candidatos)", disse Tarso à Reuters, ponderando que não tem divergências de plataformas políticas com os demais concorrentes da legenda, os quais estariam tentando se fortalecer internamente no partido. "Não digo que seja certa a minha indicação, mas é absolutamente provável", acrescentou. Tarso já mereceu crítica por parte do presidente do PT nacional, deputado Ricardo Berzoini, que considerou antecipada a iniciativa do ministro, enquanto a cúpula tenta negociar palanque para Dilma no Estado. "É uma decisão do diretório regional. O calendário lá não fui eu que fiz, foi o próprio diretório regional. Eu estou cumprindo", reagiu. O ministro da Justiça destacou que o PT do Rio Grande do Sul tentará prioritariamente fechar alianças com o PCdoB, PSB e PDT, além de buscar o apoio de partidos menores. "Estamos escolhendo com antecipação exatamente para poder desta vez ter uma relação mais justa com nossos parceiros e propor um acordo antes do fim do ano", explicou. Na eleição municipal de 2008, os partidos de esquerda não chegaram a um acordo e disputaram a prefeitura de Porto Alegre divididos. Tarso disse que são poucas as possibilidades de o PT e o PMDB se unirem para a disputa do governo gaúcho. "O PMDB sempre faz a força de centro-direita contra nós lá. É uma exceção", disse, referindo-se à aliança nacional entre PT e PMDB. O ministro viajou ao Pará para visitar uma tribo indígena e participar da cerimônia que anunciou o pagamento de indenização a 44 camponeses ou a seus familiares que foram prejudicados pela repressão da ditadura militar à guerrilha do Araguaia. O PT governou o Rio Grande do Sul com Olivio Dutra (1999-2002) e Tarso saiu derrotado em duas tentativas de comandar o Estado. Ele foi prefeito de Porto Alegre por duas vezes.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.