
01 de abril de 2013 | 17h05
Na época, professores foram acusados de ajudar os alunos a responder as questões para receber bônus pelo desempenho. A suspeita de fraude resultou numa investigação, ainda não encerrada, e na remoção de toda a direção do estabelecimento. Na prova de 2011, todos os alunos tiveram nota máxima em matemática. Em 2012, nenhum deles conseguiu a melhor avaliação e a maioria ficou abaixo do básico. Em português, no ano passado, só um aluno teve desempenho avançado.
O atual diretor, Edvaldo Néri, que assumiu no final de fevereiro, conta que, após a denúncia de fraude, a escola entrou em crise e ficou alguns meses sem dirigente. Ele é o terceiro diretor em menos de um ano. "Estamos tentando reerguer a escola", disse. No ano passado, apenas 12 alunos da quinta série fizeram a avaliação do Saresp, contra 27 do ano anterior. "Antes, os professores iam até às casas buscar os alunos para as provas, mas no último exame isso não ocorreu", explicou.
Também houve uma diminuição no número de alunos em razão do despejo de dezenas de famílias que ocupavam áreas invadidas. Com a demolição dos barracos, os moradores migraram para outras regiões. A escola fica no Jardim Iporanga, bairro pobre, com ruas de terra, encravado no distrito industrial de Sorocaba. Algumas famílias ainda estão ameaçadas de despejo por ocupação irregular de imóveis. Entre os pais dos alunos, poucos têm qualificação para disputar vaga nas indústrias e alguns conseguem, no máximo, emprego de vigia noturno.
O diretor conta que está formando uma horta na escola para ajudar as famílias carentes. Apesar dos problemas, os pais defendem a escola. "É melhor do que deixar as crianças na rua", disse a faxineira Cleonice Alves, mãe de dois estudantes. A suposta fraude está sob investigação da Procuradoria Geral do Estado (PGE). A apuração corre em sigilo.
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