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Extrema-direita desponta em eleições legislativas na Áustria

Negociações para formação de novo governo podem durar semanas.

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Por Da BBC Brasil

O partido Social-Democrata da Áustria deve conquistar a maioria dos votos nas eleições legislativas antecipadas de domingo, mas os partidos de extrema-direita tiveram um avanço significativo nas urnas, de acordo com dados do Ministério do Interior do país. Resultados preliminares oficiais indicam que os social-democratas obtiveram 29,7% dos votos e os partidos de extrema-direita, 29% - 18,01% para o Partido da Liberdade e 10,98% para a Aliança para o Futuro da Áustria. O Partido do Povo, de tendência conservadora, que fez parte de uma coalizão com os social-democratas - e que se dissolveu depois de 18 meses no governo - conquistou 25,6% dos votos. Analistas dizem que é difícil prever como será formada a próxima coalizão que deve governar o país. Um total de 183 assentos no Parlamento esteve em jogo nas eleições de domingo. As eleições antecipadas foram convocadas após o colapso da coalizão entre o Partido Social-Democrata e o Partido do Povo. Descontentamento A correspondente da BBC em Viena, Bethany Bell, disse que a boa votação da extrema-direita se deve a um sentimento contrário à União Européia, à imigração e a um descontentamento em relação aos dois partidos centristas tradicionais. Segundo Bell, o avanço da extrema-direita foi "um tapa na cara" dos partidos centristas, que tiveram o seu pior resultado nas urnas desde a Segunda Guerra Mundial. Os resultados finais da eleição só serão divulgados no dia 6 de outubro, depois de apurados os votos enviados pelo correio. Pela primeira vez em um país da União Européia (UE), jovens de 16 e 17 anos puderam votar. Este grupo representou cerca de 200 mil pessoas em um colégio eleitoral de 6,3 milhões. As últimas eleições haviam sido realizadas em outubro de 2006. A formação do gabinete de governo demorou seis meses. O desempenho da extrema-direita nestas eleições foi o melhor desde 1999, quando o Partido da Liberdade conquistou 28% dos votos e garantiu um lugar na coalizão de governo com os conservadores. O cenário da época despertou indignação em várias partes da Europa e, durante vários meses, a Áustria foi submetida a sanções da UE. De acordo com analistas, a extrema-direita pode agora voltar a integrar o governo, mas só depois que todas as demais opções se esgotarem. Entre estas opções está uma ampla coalizão - opção que desagrada a maioria dos austríacos - ou a formação de pactos com o Partido Verde ou dois outros partidos menores. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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