
23 de maio de 2011 | 17h04
Os governadores Agnelo Queiroz (DF), Jaques Wagner (BA), Marcelo Déda (SE), Tarso Genro (RS) e Tião Viana (AC), que se reuniram em Brasília para discutir reforma política e preparação para a Copa do Mundo de 2014, afirmaram que não cabe ao Congresso avaliar o aumento de patrimônio do ministro.
Na avaliação de Wagner, o governo da presidente Dilma Rousseff tem agido corretamente ao tratar do caso e não cabe ao Congresso se envolver na questão.
"Concordamos que o governo está tratando da melhor forma possível, que não é o Congresso que tem que verificar esse tipo de situação, mas sim o Ministério Público que já está tomando as medidas", disse o governador baiano, segundo o site do PT (www.pt.org.br).
Já Déda criticou a oposição por, segundo ele, tratar o caso como uma questão política.
"Objeto de denúncia contra o ministro Palocci é justamente a declaração de Imposto de Renda. Não está se tratando de um crime fiscal, por isso a ida do ministro ao Congresso, ou não, é mais uma questão política da oposição", disse. "Convocar o ministro para explicar o IR é pratica da oposição."
O ministro tem sido pressionado pela oposição a esclarecer o aumento de seu patrimônio depois de o jornal Folha de S.Paulo ter publicado que o patrimônio de Palocci teria aumentado em 20 vezes nos quatro anos em que ele foi deputado federal. O ministro argumentou, em comunicados, que os rendimentos vieram de uma empresa de consultoria estabelecida por ele, a Projeto, que pagou impostos e declarou esses ganhos.
A oposição tem pressionado pela convocação de Palocci ao Congresso para dar explicações sobre seu aumento patrimonial e as sobre os serviços prestados pela consultoria. Parlamentares opositores tentam ainda instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista para apurar o aumento patrimonial do ministro e a possibilidade de ter havido tráfico de influência.
Para Jaques Wagner, mecanismos como as CPIs não devem ser "banalizados".
"A CPI talvez seja um dos instrumentos mais fortes que o Legislativo tem para fiscalizar o Executivo. Mas nesse caso, não tem nenhum envolvimento de verba pública. É uma empresa pessoal", afirmou a jornalistas.
(Por Eduardo Simões; com reportagem adicional de Maria Carolina Marcello em Brasília)
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