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Governo argentino paga US$ 155 milhões para manter futebol na TV

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Por Redação

O governo argentino aceitou pagar cerca de 155 milhões de dólares para transmitir o futebol local na TV aberta. Para os críticos, a medida é populista e aumenta o controle estatal sobre a economia. A Associação de Futebol da Argentina disse que o governo da presidente Cristina Kirchner irá liberar 600 milhões de pesos por ano para manter a transmissão de jogos na TV aberta - mais do que o dobro do que uma empresa de TV a cabo pagava anteriormente. "Essa é a cifra apresentada pelo presidente da AFA, então pressupomos ser correta", disse um porta-voz da entidade, Cherquis Bialo, a uma rádio local. Políticos da oposição criticaram o governo por gastar verbas públicas no futebol, num momento de grave preocupação com a crise econômica, a pobreza e a inflação no país, terceira maior economia da América Latina. Eles disseram também que a medida é mais um sinal da ampliação da participação do Estado na economia, uma tendência que vem do governo do antecessor e marido dela, Néstor Kirchner. No ano passado, o governo nacionalizou um fundo privado de previdência e a maior companhia aérea nacional. Mas, segundo Cherquis Bialo, "o Estado não vai subsidiar o futebol (...). Fará negócios com ele". "O Estado vai ganhar dinheiro, o que lhe permitirá redistribuí-lo em outras áreas," afirmou. A crise econômica global leva os clubes europeus a pagarem menos para contratarem jogadores sul-americanos, o que privou os clubes locais, já endividados, de uma importante fonte de renda. A falta de verbas obrigou o adiamento da temporada do futebol argentino, que deveria começar em 14 e agosto, devido ao atraso no pagamento de impostos e salários de jogadores. A AFA decidiu que a temporada deverá começar na próxima sexta-feira. Na semana passada, a entidade que dirige o futebol argentino revogou seu contrato com a TSC, que até então transmitia os jogos na TV paga. A TSC se recusava aumentar o valor dos direitos de arena. A interferência do governo causa uma polêmica adicional devido à ligação da TSC com o conglomerado de mídia Grupo Clarín, cujo jornal do mesmo nome tem sido cada vez mais crítico ao governo de Cristina Kirchner.

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