Governo diz que não vai comentar retirada da pauta do projeto de repatriação por Maia

Bastidor do Planalto é que havia razões do governo para interferir tentando mobilizar a base, já que da forma como é atualmente o texto da repatriação já atenderia aos interesses do governo

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Por Carla Araujo e Tania Monteiro
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Michel Temer disse nesta terça-feira, 11, por meio de seu porta-voz oficial, que o governo não comentaria a retirada do projeto de repatriação de pauta, pois se trata de uma prerrogativa da Câmara dos Deputados. Alexandre Parola afirmou também que o governo vai avaliar o comportamento de deputados da base que votaram contra a PEC 241 para buscar um trabalho de convencimento nas próximas votações.

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"O governo irá avaliar o apoio que cada parlamentar dará ao governo", disse o porta-voz. "O diálogo e a busca do entendimento seguem sendo ferramentas para obter o convencimento e para que nas próximas votações esses parlamentares possam votar em sintonia com o governo e com os projetos de mudança que estão se implementando em benefício do Brasil".

Apesar do discurso oficial não falar em retaliação, o Planalto já elabora um mapa dos "traidores" para punir com retirada de cargos, emendas e diminuição de espaço no governo, de acordo com interlocutores do presidente.

Repatriação. No caso do projeto de repatriação, o bastidor no Planalto é que apesar do empenho do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de tentar pauta o tema, não havia razões do governo para interferir tentando mobilizar a base, já que da forma como é atualmente o texto da repatriação já atenderia aos interesses do governo. Além disso, segundo uma fonte do Planalto, o governo não quer ter a sua marca em eventuais mudanças do texto. Outra razão para a imobilidade do Planalto no caso é que o assunto não está entre as prioridades de Temer que, após a PEC, deve centrar esforços na Reforma da Previdência.

Sobre esse tema, Parola afirmou que o governo "busca equidade e a justiça do sistema previdenciário" e que a proposta será "amplamente discutida com a sociedade brasileira". "Ao regressar de viagem oficial a Ásia o presidente pretende discutir o mais amplamente possível as propostas da reforma da previdência", afirmou. 

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