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Hamas reivindica pior atentado em 2 anos em Israel

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Por ADAM ENTOUS E JOSE

O Hamas assumiu na sexta-feira a responsabilidade pelo ataque que matou oito alunos num seminário judaico de Jerusalém, o pior ataque palestino em território israelense nos últimos dois anos. O grupo islâmico, que também reivindicou a responsabilidade por um carro-bomba há um mês, havia prometido retaliar depois da ofensiva israelense dos últimos dias na Faixa de Gaza, que deixou cerca de 120 mortos, sendo metade deles civis. O ataque de quinta-feira foi provocado por um homem que entrou armado na biblioteca da escola religiosa Merkaz Harav. O atentado ameaça o já precário processo de paz, mas Israel disse que vai manter o diálogo com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, que pertence à facção Fatah, rival do Hamas. Os Estados Unidos disseram que "o mais importante" é que o diálogo seja mantido. No funeral das vítimas havia menos entusiasmo com o processo de paz. Aumentando a tensão, o ministro israelense da Segurança disse que árabes hostis deveriam ser expulsos da cidade e obrigados a viver na Cisjordânia. "O Hamas anuncia sua total responsabilidade pela operação de Jerusalém", disse uma fonte do grupo islâmico na Faixa de Gaza, região controlada pelo Hamas. Ele falou sob anonimato, e a facção não divulgou nota oficial. Um porta-voz do braço armado do grupo afirmou que o ataque é "uma honra que ainda não reivindicamos". Israel diz que continua investigando o incidente. Houve comemorações pelo ataque nas ruas de Gaza, algo que um porta-voz da Casa Branca considerou "bastante desagradável". Milhares de pessoas participaram do funeral das oito vítimas, com idades de 15 a 26 anos, que estudavam numa escola que é referência ideológica para os colonos da Cisjordânia. A polícia reforçou a vigilância na cidade e impôs mais restrições aos deslocamentos de palestinos da Cisjordânia para Israel. O atirador Ala Abu Dhaim, morador de Jerusalém Oriental e que, segundo a família, havia sido chofer da escola, foi morto durante o ataque. A casa dele é coberta por bandeiras do Hamas e de outros grupos islâmicos. O presidente de Israel, Shimon Peres, disse que o atentado foi "bárbaro", especialmente porque os estudantes "não tinham nada a ver com a guerra." O ataque pode complicar ainda mais as negociações de paz, que já haviam sido suspensas por Abbas depois da ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza. Nesta semana, porém, Abbas disse à secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice, que iria retomar as negociações no momento propício. (Reportagem adicional de Nidal al-Mughrabi em Gaza, Alastair Macdonald em Jerusalém e Mohammed Assadi em Ramallah)

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