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IGP-10 abre ano com queda recorde de 0,85%

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Por Redação
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Os efeitos da crise financeira mundial contribuíram para derrubar o Índice Geral de Preços-10, que em janeiro teve queda recorde de 0,85 por cento. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que divulgou o dado nesta quinta-feira, foi a menor variação da série histórica, iniciada em 1993. "A forte deflação se deve à crise internacional. O que acontece no Brasil não seria forte o suficiente para derrubar o índice. É uma deflação da crise", disse a jornalistas o economista-chefe da FGV, Salomão Quadros. Em dezembro, o IGP-10 teve leve alta de 0,03 por cento. A queda em janeiro foi mais acentuada que o estimado por analistas consultados pela Reuters, que apostavam em recuo de 0,42 por cento. "O momento da inflação é inédito porque acontece em um momento de apreciação do dólar... É uma desmoralização do câmbio porque as maiores quedas do índice estavam ligadas a ele." Entre os componentes do IGP-10, o Índice de Preços por Atacado (IPA) caiu 1,50 por cento em janeiro, taxa recorde, ante queda de 0,22 por cento em dezembro. De acordo com a FGV, a forte queda de 7,53 por cento dos preços do subgrupo Veículos e acessórios respondeu, em boa medida, pela retração do IPA. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), por sua vez, subiu 0,62 por cento, mesma variação registrada no último mês de 2008. O setor automotivo foi um dos destaques de queda em janeiro, de 8,06 por cento no atacado, em razão da redução do IPI. "Essa movimento já começou a chegar ao varejo e os carros estão com queda de 3,44 por cento. Há espaço para cair ainda mais", avaliou Quadros. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou alta de 0,17 por cento, uma desaceleração frente ao avanço de 0,33 por cento de dezembro MAIS DEFLAÇÃO Quadros destacou que a queda recorde do IGP-10 sinaliza deflação do IGP-M e do IGP-DI de janeiro. Os índices encerraram o mês de dezembro com variações negativas. Mas, como as quedas são muito fortes e o ajuste é rápido, "acho que não serão deflações por muito tempo", acrescentou o economista. "Lá para fevereiro, a onda de deflação tende a se atenuar." Para ele, não há justificativas para o Banco Central não promover um corte significativo do juro. O Comitê de Política Monetária (Copom) reúne-se na semana que vem para decidir o rumo da Selic. (Por Rodrigo Viga Gaier e Renato Andrade; Texto de Daniela Machado)

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