Justiça militar dos EUA refaz acusações contra 'mentor' do 11 de Setembro

Khalid Sheikh Mohammed e outros quatro acusados devem ser julgados em Guantánamo.

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Por BBC Brasil
Atualização:

Promotores militares americanos apresentaram nesta terça-feira novas acusações de conspiração e assassinato contra os homens tidos como os mentores dos atentados de 11 de Setembro. Khalid Sheikh Mohammed e outros quarto acusados pelos atentados de 2001 devem ser julgados em um tribunal militar no centro de detenção de Guantánamo. Acusações similares haviam sido feitas durante o governo de George W. Bush, mas foram derrubadas quando o presidente Barack Obama tentou transferir os julgamentos para uma corte civil, em local próximo ao Marco Zero, onde ficavam as torres do World Trade Center. Obama abandonou a iniciativa de transferência no mês passado, sob pressão do Congresso, e anunciou que os processos legais seriam conduzidos em Guantánamo. Dois meses antes, o governo Obama já havia anunciado a retomada dos julgamentos militares no centro de detenção, se distanciando de sua promessa de campanha de fechar Guantánamo, que se tornou um símbolo de tortura e abusos cometidos pelos EUA. 'Pena de morte' Os promotores defendem que, se condenados, os cinco acusados devem ser sentenciados à pena de morte. Os cinco são acusados de conspiração, assassinato, violação de leis de guerra, ataque contra civis, ataque a alvos civis, terrorismo e sequestro de aeronave, entre outros crimes. As acusações agora têm de ser aprovadas em um tribunal militar. Segundo o Pentágono, Khalid Sheikh Mohammed admitiu ser responsável "de A a Z" pelos ataques contra alvos em Nova York e Washington em 2001, que deixaram mais de 3 mil mortos. Os outro quatro acusados são Walid bin Attash, Ramzi Binalshibh, Ali Abdul Aziz Ali e Mustafa Ahmed al Hawsawi. Mohammed foi capturado no Paquistão em março de 2003 e enviado três anos depois para Guantánamo, centro de detenção americano localizado em Cuba. Promotores americanos dizem que ele confessou envolvimento em outras atividades terroristas além do 11 de Setembro, como o atentado de 2002 em Bali, Indonésia, e o assassinato do jornalista americano Daniel Pearl no mesmo ano. Em uma audiência em 2007, Mohammed alegou ter sido torturado em Guantánamo. Documentos da CIA confirmaram que ele foi submetido a sessões de afogamento. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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