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Kassab retoma prédio cedido à São Francisco

Segundo a Secretaria de Negócios Jurídicos, a medida foi tomada depois de pedido do reitor da USP, João Grandino Rodas; porém, ele nega

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Por Carlos Lordelo e E FELIPE FRAZÃO

* Texto alterado às 20h do dia 7/10/2011 para correção de informações. O reitor da USP e ex-diretor da Faculdade de Direito, João Grandino Rodas, não autorizou a entrada de policiais militares na São Francisco, em 2007, para prender grevistas. Rodas chamou a Tropa de Choque para expulsar estudantes e militantes de movimentos sociais que invadiram o prédio para reivindicar melhorias na educação.

 

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Dois anos após ceder um prédio no centro da capital à Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), o prefeito Gilberto Kassab publicou ontem decreto no Diário Oficial da Cidade em que toma o edifício de volta. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Negócios Jurídicos, foi o reitor da USP, João Grandino Rodas, quem pediu que a Prefeitura retomasse o prédio. Rodas nega.

 

O Solar da Baronesa de Limeira, na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, funcionava como um anexo da faculdade. No local, a São Francisco deveria dar cursos de atualização para os procuradores do município. Mas a escola não cumpriu o acordo porque, segundo o diretor, Antonio Magalhães Gomes Filho, tais cursos precisam ser abertos, com acesso mediante prova de admissão.

 

O casarão está desocupado desde que o convênio foi assinado, em agosto de 2009, entre Kassab e a então reitora da USP, Suely Vilela. A reportagem visitou o prédio na semana passada. No edifício, tombado, funcionários pagos pela universidade faziam a limpeza e segurança das instalações. A Prefeitura estuda o destino que dará ao prédio.

 

A devolução do edifício é mais um capítulo da queda de braço entre a reitoria da USP e a Faculdade de Direito. O contrato com a Prefeitura foi assinado quando o atual reitor, João Grandino Rodas, era o diretor da São Francisco e tinha como uma das metas de sua administração ampliar o espaço físico da escola.

 

Em janeiro do ano passado, Magalhães assumiu a diretoria da faculdade e consultou as comissões internas de pós-graduação e de cultura e extensão sobre a possibilidade de os cursos para servidores da Prefeitura serem oferecidos. Segundo ele, recebeu como resposta que o acordo não poderia ser realizado, porque os cursos teriam caráter "fechado". Magalhães, então, teria mantido o solar desocupado.

 

Em boletim divulgado no dia 20 de setembro pela assessoria de imprensa da USP, Rodas acusou Magalhães de não dar continuidade a projetos de sua gestão à frente da São Francisco.

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Uma semana depois, Rodas voltou a usar comunicado institucional para falar da situação da Faculdade de Direito. Na ocasião, ele afirmou que o convênio com a Prefeitura "nunca previu" a instalação, no Solar da Baronesa, de uma "escola exclusiva para procuradores municipais".

 

No dia 29 de setembro, a Congregação da São Francisco - instância máxima da faculdade, formada por alunos e docentes - considerou, por unanimidade, o reitor persona non grata na escola. "Declaramos persona non grata um diretor que fez a polícia invadir a Faculdade de Direito", declarou Magalhães, referindo-se à autorização dada em 2007 por Rodas, quando dirigia a São Francisco, para que policiais entrassem no local para expulsar estudantes e militantes de movimentos sociais que invadiram a faculdade para reivindicar melhorias na educação.

 

Também gerou polêmica o fato de Rodas ter, em seu último ato como diretor, transferido a biblioteca da faculdade - medida que foi questionada e parcialmente revertida pela atual administração ainda no ano passado.

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