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Londres começa a investigar conflito no Iraque

Comissão levantará circunstância que levou país a participar de invasão

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Por AP E AFP e LONDRES
Atualização:

Uma comissão organizada para investigar as circunstâncias que levaram à participação da Grã-Bretanha na guerra do Iraque iniciou ontem audiências públicas em Londres. A investigação, que contará com o testemunho do ex-primeiro-ministro Tony Blair, não estabelecerá responsabilidades civis ou legais, mas pretende esclarecer a decepção dos britânicos com a decisão do governo de apoiar a invasão americana ao Iraque em 2003."Ninguém será julgado aqui. Não podemos determinar culpabilidade ou inocência, só uma corte pode fazer isso", afirmou John Chilcot, presidente da comissão. "No entanto, comprometo-me a não evitar críticas a instituições, processos ou indivíduos quando chegarmos a nosso relatório final."A comissão, indicada pelo premiê Gordon Brown, começou seus trabalhos em julho, mas os primeiros procedimentos ocorreram a portas fechadas. Durante esse período, o comitê recolheu depoimentos de parentes dos 179 soldados britânicos mortos no Iraque.Durante 2010, a comissão, que investiga o período de 2001 até julho (mês em que a Grã-Bretanha retirou seus soldados do Iraque), deve interrogar dezenas de funcionários do governo - entre eles militares e agentes do serviço secreto - antes de apresentar suas conclusões. No entanto, a comissão não tem advogados entre seus integrantes. Por isso, muitos acreditam que a principal pergunta referente à legalidade do conflito continuará sem ser respondida.O depoimento mais esperado é o de Blair, marcado para janeiro. O ex-premiê será questionado sobre se apoiou ou não secretamente o plano dos EUA de invadir o Iraque um ano antes de o Parlamento britânico ter autorizado o envolvimento militar do país na guerra, em 2003. A decisão de Blair de enviar 45 mil soldados ao Iraque fez com que ele batesse recordes de impopularidade e foi um dos principais fatores que causaram a sua saída do governo em 2007.

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