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MPF denuncia dirigentes do MST por extorsão em Goiás

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Por EQUIPE AE

O núcleo de combate à corrupção do Ministério Público Federal (MPF) em Goiás denunciou à Justiça Federal os dirigentes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Belchior Viana Gonçalves e Paulo Roberto de Souza, por ameaça e extorsão no Assentamento Canudos, localizado em Palmeiras de Goiás (GO). Os dois foram presos em operação policial deflagrada no mês passado.O procurador da República Raphael Perissé denunciou que, "por meio de ameaças e coações, os estelionatários se apossavam dos valores obtidos pelos trabalhadores rurais em operações financeiras, oriundos de incentivos federais como Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e Cheque-Moradia".Segundo a denúncia, os dois dirigentes estavam na região desde 2001, "para ali fazer valer as regras impostas pelo MST". O procurador afirmou que Belchior é de São Paulo e foi enviado pela entidade dos sem-terra para ocupar a condição de dirigente do agrupamento local. "Ali, recrutou Paulo Roberto, conhecido como Paulo Bala, para ser o seu braço direito, fiscalizando e impondo as suas determinações, bem como as do movimento agrário."Conforme a denúncia, Belchior e Paulo, em 2005 e 2006, fraudaram informações (superdimensionamento de projeto) para obter recursos no Pronaf, por meio do Banco do Brasil. Outra conduta criminosa apontada pelo procurador é a de "coação, mediante grave ameaça, dos assentados para contratar operações financeiras mediante fraude". O procurador diz que a dupla exigia dos trabalhadores rurais "propinas e outras vantagens" e chegavam até mesmo a tomar os materiais de construção que eram destinados aos assentados.A investigação do MPF apurou que houve irregularidades quando, em 2006, vários assentados obtiveram financiamento de aproximadamente R$ 6 mil por beneficiário, com recursos do programa Cheque-Moradia, custeado pela Caixa Econômica Federal. Os dois dirigentes exigiram de seis assentados o pagamento de valores entre R$ 60 e R$ 500 para obtenção dos empréstimos, além de desviar materiais de construção comprados com os recursos, como saco de cimento e tijolo.

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