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Nº de casos de tuberculose cai no País, mas ainda é alto

Foram confirmadas 69,2 mil infecções em 2011, 3,54% a menos que no ano anterior; mas taxa de cura também caiu

Por Ligia Formenti e BRASÍLIA
Atualização:

Os casos de tuberculose no Brasil caíram 3,54% em 2011, em relação a 2010: foram confirmadas 69.245 infecções, ante 71.790 registradas em 2010. Apesar da queda, o Brasil ocupa ainda a 17.ª posição na lista de 22 países de alta carga da doença. A tuberculose é a quarta causa de morte por doenças infecciosas no País. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que os dados não são motivo de comemoração, mas mostra "que estamos caminhando num ritmo adequado". Segundo a pasta, na última década o País registrou queda de 15,9% na incidência da doença. Além de os números serem altos, eles sinalizam um dado que precisa ser melhor acompanhado: as taxas de cura de tuberculose no Brasil caíram de 73,5% em 2009 para 70,3%, em 2010. O índice está abaixo dos 85% recomendados pela Organização Mundial da Saúde e está associado principalmente ao alto índice de abandono do tratamento. Dados divulgados ontem pelo ministério mostram que 9,5% dos pacientes analfabetos e 6,3% dos que têm mais de 8 anos de escolaridade não concluem o tratamento, que é gratuito. O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, afirma que a mudança dos números de cura pode ser provocada pela melhora do registro. Casos que antigamente eram automaticamente considerados como de cura agora são analisados com mais rigor. Barbosa reconhece a necessidade da adoção de estratégias para tentar reduzir o abandono de tratamento. Uma das medidas anunciadas, que começa em cinco capitais - Brasília, Vitória, Aracaju, Florianópolis e Palmas - de forma experimental, é o envio de mensagens, por celular, para pacientes. Os textos, diários, questionam se o paciente já tomou o remédio. A experiência começa no segundo semestre. O ministério pretende também adotar o teste rápido de tuberculose. A ideia é ofertá-lo em cidades onde há grande prevalência da infecção, principalmente entre populações mais vulneráveis, para que tratamento comece a ser feito o mais rapidamente possível, e, com isso, ajudar a reduzir o ritmo de novas transmissões da doença no País.

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