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Nº de mortos em Petrópolis-RJ chega a 16

Por MARCELO GOMES e HELOISA ARUTH STURM E CLARISSA THOMÉ
Atualização:

O temporal que começou na noite de domingo e continuou durante todo o dia desta segunda-feira em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, matou 16 pessoas, deixou 560 desalojados (temporariamente fora de suas casas) e 33 feridos. Quatro moradores estavam desaparecidos até o início da noite. Na localidade de Vila São João, no bairro Quitandinha, região central da cidade, uma encosta desabou e soterrou um número ainda não conhecido de pessoas. Segundo moradores, três casas foram destruídas. Duas meninas, de 12 e 15 anos, foram resgatadas com vida. Não foi divulgado o número de desabrigados (que perderam suas casas).Em janeiro de 2011, na pior tragédia de causa natural do País, 71 pessoas morreram em consequências das chuvas em Petrópolis. Quase 7 mil moradores ficaram desalojados e 187, desabrigados. Entre a noite de domingo e a manhã desta segunda, choveu 358 milímetros em Petrópolis, mais do que o previsto para todo o mês de março (270 milímetros), segundo o Climatempo. Com o volume das águas, os rios Quitandinha e Piabanha transbordaram, destruindo casas e provocando alagamentos em 21 pontos, principalmente nos bairros Quitandinha e Independência. O maior índice pluviométrico foi registrado em Quitandinha, 415 milímetros em 24 horas, o equivalente a dois meses de chuva nesta época do ano, segundo a Prefeitura de Petrópolis.Ao longo do dia, várias autoridades pediram a moradores de áreas de risco que deixassem suas casas. O prefeito Rubens Bomtempo informou que nove sinais sonoros foram acionados na madrugada para que os moradores de quatro bairros deixassem suas casas e dez escolas municipais foram abertas para receber a população. Um dos sinais sonoros foi acionado na rua Espírito Santo, onde pessoas foram soterradas.GovernoO governador Sérgio Cabral visitou a cidade na tarde desta segunda e anunciou a liberação de R$ 3 milhões para o socorro às vítimas. A prefeitura liberou outros R$ 200 mil. Foram contratados 500 trabalhadores em regime de emergência, para limpeza e remoção de escombros. Cabral informou que 18 abrigos receberiam os 650 desalojados."Fazemos um apelo para que todas as pessoas deixem as áreas de risco. A presidenta Dilma Rousseff designou a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para acompanhar todo o trabalho que está sendo feito aqui. Estamos ainda em alerta máximo", afirmou Cabral.Entre os mortos, estão dois técnicos da Defesa Civil municipal que trabalhavam no resgate das pessoas soterradas na Vila São João. "Eles tinham muita experiência. São insubstituíveis. Eles morreram como heróis. Estavam ali salvando vidas", afirmou o prefeito. A Defesa Civil do município atendeu a mais de 270 ocorrências desde o início das chuvas.InterdiçãoUma encosta deslizou e interditou a Rua Joaquim Rolla, bem ao lado do Palácio Quitandinha, um dos cartões postais da cidade. À tarde, era possível avistar uma casa de classe média alta, de dois andares, à beira do precipício. Moradores colocaram uma lona no alto do morro na tentativa de evitar que novos deslizamentos. No bairro Amazonas, uma casa caiu e matou duas pessoas. Outras duas casas foram interditadas.O secretário de Estado de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões, disse, na manhã desta segunda, que um grande número de pedidos de socorro não pode ser atendido porque as equipes não conseguiam chegar aos locais afetados. Como o solo encharcado provocava risco de novos desabamentos, o coronel fez um apelo para que as pessoas procurassem locais seguros.Em Teresópolis, também na região serrana, houve deslizamento de terra em três bairros e foram registradas duas quedas de barreiras. Por medida de segurança, as aulas foram suspensas em duas escolas. Cem moradores tiveram que passar a madrugada em pontos de apoio montados pela prefeitura. Em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, houve alagamentos no distrito de Xerém e no bairro Santa Cruz da Serra, com 201 pessoas desalojadas. A chuva também provocou inundação em uma área rural de Nova Friburgo (região serrana) e deixou 48 pessoas desalojadas. Em Macaé (norte fluminense), duas famílias perderam as casas.

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