Notas zero definem categoria romance no Jabuti

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Por Maria Fernanda Rodrigues
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A nota de um dos três jurados do Prêmio Jabuti foi responsável pela definição do vencedor do melhor romance de 2011, Nihonjin, de Oscar Nakasato.De identidade ainda desconhecida - seu nome só será divulgado na cerimônia em 28 de novembro -, o membro do júri distribuiu notas baixíssimas para concorrentes como Wilson Bueno, prêmio APCA de romance em 2011 por Mano, a Noite Está Velha, que era um dos finalistas do Jabuti, também tiveram notas baixíssimas.Autora de mais de uma centena de livros e presidente da Academia Brasileira de Letras, a escritora carioca Ana Maria Machado, por exemplo, recebeu zero em dois critérios: construção de personagem e enredo."Dar um zero a uma autora já consagrada é pesado e exagerado, mas é um direito do jurado. As regras deste ano abriram margem para que uma nota tivesse peso decisivo e o jurado percebeu a influência da matemática", disse José Luiz Goldfarb, curador do tradicional prêmio.Neste ano, os membros do júri puderam dar de 0 a 10 às obras concorrentes. Antes, a pontuação ia de 8 a 10 e era possível usar notas decimais, o que tornava a disputa mais equilibrada. Para a próxima edição, Goldfarb já pensa em mudanças - deve eliminar a nota mais baixa e incluir uma quarta pessoa na comissão formada, no caso da categoria romance, por jornalistas e críticos literários."Agora, não há o que fazer, porque o regulamento é claro e seu voto deve ser respeitado." Segundo o curador, o tal jurado já participou de outras edições do prêmio.Em 2010, Nakasato, então professor de literatura do ensino médio em Apucarana (PR), tirou o romance Nihonjin da gaveta e o inscreveu no 1.º Prêmio Benvirá. Era seu primeiro original. O júri, composto por José Luiz Goldfarb, Nelson de Oliveira e Ana Maria Martins, escolheu a obra por unanimidade e, como prêmio, o professor ganhou R$ 30 mil. O livro, sobre a imigração japonesa, foi editado pela Benvirá, da Saraiva, em 2011. Ontem, Nihonjin desbancou obras como Infâmia, de Ana Maria Machado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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